Enquanto outros jornais cortavam seus suplementos infantis, o independente la diaria, do Uruguay, lançou a publicação mensal Gigantes e conquistou mais de dois mil assinantes em três anos. O segredo deles? Incorporar crianças e adolescentes no seu processo de produção e abordar temas que realmente os interessem, equilibrando informação e entretenimento.
Em meio a uma campanha eleitoral que antecede as eleições presidenciais de outubro no Uruguai, deputados governistas estão propondo um projeto de lei para criminalizar a geração e a disseminação de conteúdo enganoso durante esse período. Organizações da sociedade civil alertam que essa não é uma solução adequada para a desinformação.
Casos de espancamentos, agressões e ofensas de torcedores contra jornalistas têm se multiplicado em muitos países da América Latina. Por trás dos ataques, podem estar novos códigos de conduta entre torcedores violentos e uma intolerância profunda à diferença.
Várias décadas se passaram desde que os últimos regimes ditatoriais foram instalados no Cone Sul da América Latina. Defensores dos direitos humanos e uma jornalista falam sobre os desafios de reportar o passado recente e por que é importante continuar fazendo isso.
Inspirados por uma tendência global, os media labs começam a surgir dentro de organizações jornalísticas da América Latina para desenvolver o pensamento inovador orientado ao jornalismo, acelerar a aplicação de tecnologia, buscar soluções para problemas e gerar algum tipo de impacto.
Embora o Uruguai já tenha sido considerado uma referência em termos de liberdade de expressão, o oitavo relatório de monitoramento realizado pelo Centro de Arquivos e Acesso à Informação Pública (Cainfo) registrou um aumento de 40% em relação ao ano anterior nos casos de ameaças e restrições a jornalistas. Há um aumento no número de casos pelo terceiro ano consecutivo e reformas legais regressivas na área de direitos humanos e liberdade de expressão.
A mais recente edição do Índice Chapultepec de Liberdade de Imprensa e de Expressão nas Américas, da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, na sigla em espanhol), registrou uma melhoria de 4,2 pontos na média dos 22 países avaliados no continente. O panorama geral mais positivo vem com resultados ruins de três dos maiores países da região, Argentina, México e Brasil, que foram os que perderam mais pontos no ranking.
Levantamento mostra o crescimento do número de leis e projetos de lei que coíbem e punem a desinformação na internet em países da América Latina. Especialistas alertam para o risco de censura e autocensura de jornalistas.
Entre janeiro e junho de 2020, a iniciativa latino-americana Voces del Sur registrou 630 ataques contra a imprensa da região. Muitos deles aumentaram ou pioraram depois que a emergência de saúde foi declarada pelos governos.
Depois de pouco mais de oito meses de preparação e de chegar a acordos entre as organizações que apoiam a nova iniciativa de verificação de dados na região, o Uruguai se uniu à luta contra a desinformação com o lançamento do site de fact-checking Verificado.uy no dia 22 de julho.
Durante o painel de pesquisa “Mídia digital e democracia nas Américas” no Simpósio Internacional de Jornalismo Online (ISOJ), em 12 de abril, três acadêmicos compartilharam suas pesquisas e revelaram os limites do jornalismo na responsabilização dos poderosos no Uruguai, Cuba e Chile.
Unidas não apenas por semelhanças geográficas e culturais, mas também pelo tipo de problemas que seus países enfrentam política, econômica e socialmente, sete organizações jornalísticas formaram a aliança Voces del Sur para sistematizar o monitoramento da liberdade de expressão em seus países.