Três meses após a reeleição contestada de Nicolás Maduro, o regime venezuelano está atacando jornalistas que parecem ser críticos, levando muitos a se autocensurarem, esconderem-se ou fugirem do país.
Políticos de esquerda e de direita avançam com ‘leis de agentes estrangeiros’ para supostamente proteger a soberania dos países. Veículos independentes que dependem de financiamento internacional podem estar entre as vítimas.
Três repórteres foram detidas e acusadas de terrorismo, em meio a uma repressão mais ampla à dissidência em todo o país.
Operación Retuit é um noticiário criado por jornalistas independentes que buscam driblar a censura, a perseguição e a crescente repressão que assola a Venezuela após as últimas eleições.
Jornalistas venezuelanos que cobrem protestos em regiões afastadas da capital estão se autocensurando para se protegerem da repressão do regime de Nicolás Maduro, após a realização de eleições cujos resultados são questionados pela oposição.
Organizações de defesa da liberdade de imprensa registraram mais de 40 casos de agressões a meios de comunicação e jornalistas durante as eleições presidenciais na Venezuela no último domingo. Na maioria dos casos, houve intimidação e obstrução do exercício jornalístico em centros de votação. Pelo menos três jornalistas foram detidos durante suas coberturas.
O veículo digital Efecto Cocuyo se preparou durante meses para as próximas eleições presidenciais na Venezuela. Foram feitas reportagens especiais, entrevistas no YouTube com candidatos e especialistas, um chatbot que ajuda a verificar conteúdos virais, cursos sobre cobertura eleitoral e desinformação. Eles também participam em 10 diferentes alianças com meios dentro e fora do país. […]
A GIJN conversou com repórteres de veículos sediados na Colômbia, Honduras e México, bem como de dois projetos regionais, para saber como eles realizaram seu trabalho recente, onde estão inovando nessa área e como eles estão mudando a narrativa sobre o crime organizado, do foco nos chefões para investigações sobre o impacto do crime organizado nas pessoas comuns.
O fenômeno de jornalistas no exílio não é novo, de acordo com a relatora da ONU para a liberdade de expressão, Irene Khan. No entanto, o aumento nos últimos anos gera preocupação e a necessidade de que Estados e sociedade civil se unam para oferecer ajuda. Organizações latino-americanas estão aderindo a esse apelo.
Na Venezuela, as liberdades informativas digitais são sistematicamente censuradas e atacadas, segundo “Algoritmos do Silêncio”, o Relatório Anual de Direitos Digitais de 2023 da Ipys Venezuela. Durante o ano passado, 46 portais de informação foram bloqueados e 12 meios de comunicação e quatro jornalistas sofreram roubo de identidade.
Jornalistas e fotojornalistas venezuelanos fazem outros trabalhos fora do jornalismo para ganhar uma renda extra para sobreviver. Em 20 anos de governo de Hugo Chávez e Nicolás Maduro, 400 meios de comunicação foram fechados.
O conselho diretor do Prêmio Maria Moors Cabot, o mais antigo prêmio internacional de jornalismo do mundo, alertou sobre os casos de perseguição contra Gustavo Gorriti, do Peru, José Rubén Zamora, da Guatemala, e a equipe da organização venezuelana de jornalismo investigativo Armando.info.