Enquanto o Dia do Jornalista se aproxima na Venezuela, onde será celebrado no domingo, 27 de junho, a imprensa no país enfrenta reiterados obstáculos à liberdade de expressão, aponta uma análise do jornal El Tiempo.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ameaçou expropriar as ações da Globovisión de propriedade de um banqueiro - aumentando as pressões sobre o último canal crítico do governo no país, informou a Reuters.
A deterioração da liberdade de imprensa na Venezuela foi o principal tema da audiência sobre liberdade de imprensa nas Américas organizada na quarta-feira, 16 de junho, pelo Comitê de Relações Internacionais da Câmara dos Deputados dos EUA. “A Venezuela está avançando rapidamente para limites intoleráveis, mas creio que ainda é possível reverter a situação”, afirmou Catalina Botero, relatora especial para a liberdade de expressão da Organização dos Estados Americanos (OEA), em citação da AFP.
Guillermo Zuloaga, presidente da Globovisión, acusou o presidente Hugo Chávez de ordenar sua prisão para silenciar as críticas de sua emissora ao governo venezuelano, informou a Associated Press.
A repórter do jornal La Mañana Carmen Finol Maria afirmou que ela e o fotógrafo Yunior Lugo receberam ligações anônimas com ameaças de processo judiciais, depois de terem denunciado a queima de alimentos vencidos distribuídos pelo governo, relataram El Nacional e a Europa Press.
A sede do grupo Cadena Capriles, uma das principais empresas jornalísticas da Venezuela, foi atacada de madrugada com cinco cinco coquetéis molotov lançados de dentro de um carro, informaram os jornais Tal Cual e Últimas Noticias.
A repórter Elisa Mejías e o fotógrafo Miguel Carrera, do jornal La Prensa, na cidade de Barquisimetro, morreram no fim de semana quando o carro em que estavam capotou ao ser perseguido de forma agressiva por outro veículo, numa suposta tentativa de roubo, informaram La Prensa e El Informador. Outros dois repórteres do mesmo jornal ficaram gravemente feridos.
Na data que marca três anos do fechamento da Rádio Caracas Televisión (RCTV), cuja linha editorial se opunha ao presidente Hugo Chávez, a Human Rights Foundation (HRF) divulgou um vídeo de Marcel Granier, o gerente geral da emissora, discutindo ataques do governo contra os meios de comunicação privados.
Primeiro foi a televisão. Depois o Twitter. Agora, o presidente venezuelano acaba de estrear um blog oficial para se comunicar com os cidadãos, relatam a ABC e a Prensa Latina.
No auge de uma ofensiva contra o mercado negro do dólar, o governo venezuelano afirmou que investigou a origem dos sites que divulgam na internet a cotação informal da moeda americana, uma atividade proibida por lei, informou o jornal El Tiempo.
Oswaldo Álvarez Paz, um forte crítico de Hugo Chávez e ex-candidato à Presidência, estava preso desde o dia 22 de março no Serviço Bolivariano de Investigação Nacional por ter declarado, em uma entrevista ao canal de oposição ao governo Globovisión, que a Venezuela se tornou um covil de traficantes de drogas. Um tribunal lhe garantiu na quinta-feira a liberdade condicional, mas ele está proibido de deixar a Venezuela e de falar sobre o assunto com repórteres, e terá que se apresentar à Justiça a cada 15 dias, informaram a BBC Mundo e o jornal El Tiempo.
Como já vinha anunciando há algum tempo, o presidente venezuelano entrou para o Twitter e publicou na quarta-feira sua primeira mensagem no serviço de microblogs, relata a Agência Bolivariana de Noticias.