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Jornalista haitiano que havia recebido ameaças de morte sobrevive a ataque a tiros

Luckson Saint-Vil, jornalista do site Loop Haiti, estava a caminho de casa, no sul do Haiti, quando seu veículo foi atingido por vários tiros. Ele sobreviveu.

“Eu saí do meu veículo para verificar se estava tudo bem porque ouvi um barulho incomum. Foi quando ouvi alguns disparos. Felizmente, tive o reflexo de me jogar no chão. Momentos depois, me levantei e vi nada menos que sete buracos de bala no veículo”, disse o jornalista ao Le Nouvelliste.

Fotos do veículo publicadas no site Loop Haiti mostram buracos de bala em um veículo vermelho que tem um adesivo no para-brisa com o nome do meio de comunicação.

De acordo com o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), Saint-Vil disse que registrou uma queixa com a polícia judicial dias antes, porque havia recebido ameaças de morte. Elas aconteceram depois que o jornalista ganhou o prêmio Philippe Chaffanjon, em junho de 2019, por uma reportagem sobre supostas ligações entre gangues violentas e autoridades, e depois apareceu na televisão falando sobre o prêmio.

Depois de ter sido alvo de disparos em 6 de agosto, Saint-Vil disse que apresentou uma queixa formal à polícia judiciária por “tentativa de homicídio”, informou o CPJ.

Segundo Voice of America, o jornalista disse que não sabia se as ameaças e os tiros estavam relacionados.

Outros jornalistas no Haiti foram alvos de tiros nos últimos meses.

O carro de Kendi Zidor, repórter e colunista do jornal Le National, foi atacado por vários tiros em Porto Príncipe em julho. Ele havia recebido mensagens com ameaças antes do ataque.

Em junho, Pétion Rospide, apresentador da Radio sans fin, foi assassinado enquanto dirigia seu carro a caminho de casa em Porto Príncipe.

O CPJ condenou o recente ataque contra Saint-Vil e pediu uma investigação sobre as ameaças contra ele.

"O ataque armado a Luckson Saint-Vil, o segundo do tipo no Haiti em menos de um mês, destaca os riscos extremamente sérios para os jornalistas haitianos que cobrem temas sensíveis", disse Natalie Southwick, coordenadora do CPJ para América do Sul e América Central, segundo um comunicado da organização. "As autoridades haitianas não podem ficar paradas enquanto jornalistas são violentamente atacados. Elas devem mostrar que estão tomando medidas decisivas ao investigar e garantir que os responsáveis ​​sejam levados à Justiça."

A Federação Internacional de Jornalistas (IFJ) disse que se une à Associação dos Jornalistas Haitianos (AJH) para "exigir ação imediata das autoridades para gerar condições seguras de vida e de trabalho para jornalistas e toda a população".

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