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Autoridades mexicanas consideram esclarecidos cinco casos de crimes contra jornalistas ainda não julgados

Com a prisão de dois supostos líderes do narcotráfico no México, a Procuradoria Geral de Veracruz anunciou que considera esclarecidos os assassinatos de cinco jornalistas no estado, mas o Comitê de Proteção a Jornalistas (CPJ) e a organização Artigo 19 questionaram a forma com que o governo estadual tentou fechar as investigações em torno dos crimes, de acordo com CNN México.

O procurador Amadeo Flores assegurou que conseguiram esclarecer 36 homicídios, entre eles os de cinco jornalistas em Veracruz, após a captura de dois supostos líderes do cartel Jalisco Nueva Generación: Isaías Pineda, conhecido como “El Cronos”, e Juan Carlos Hernández Pulido, conhecido como “La Bertha”, segundo a emissora Televisa. Este último levava consigo cartões de crédito e identificações da funcionário de um jornal assassinada junto con os fotógrafos Guillermo Luna, Gabriel Huge e Esteban Rodríguez.

Em uma coletiva de imprensa, o procurador disse que cinco dos jornalistas assassinados seriam os responsáveis pela morte de outros colegas, pois supostamente colaboravam para a organização criminal Los Zetas, de acordo com o jornal El Informador.

"É um padrão muito comum no México que o governo responsabilize o jornalista por sua própria morte", disse Mike O'Connor, do CPJ, para CNNMéxico.

Segundo o procurador, também foi esclarecido o crime contra o repórter do diário Milenio, Víctor Manel Báez Chino, assassinado em 14 de junho, quando o exército mexicano enfrentou integrantes do Los Zetas na cidade de Xalapa, de acordo com a revista Proceso. Os assassinos foram identificados como Juan del Ángel Torres e Daniel Reynoso Hernández.

A organização Artigo 19 sugeriu em um comunicado de imprensa que as autoridades de Veracruz só tentam “impressionar a opinião pública” ao atribuir a culpa de homicídios a um grupo de pessoas que não foram submetidas ainda a um processo judicial completo.

Veracruz é um dos 10 lugares mais perigosos para a imprensa no mundo, de acordo com a organização Repórteres Sem Fronteiras, e está localizado na costa do Golfo do México, o país mais perigoso para a imprensa no continente americano.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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