Por Tatiana Sell
O Comitê para Proteção dos Jornalistas (CPJ), organização internacional que defende o direito dos jornalistas de exercer a profissão sem medo de ameaças, lançou na quinta-feira, 6 de dezembro, a campanha digital “Fale de Justiça: Vozes Contra a Impunidade”.
A iniciativa tem o objetivo de chamar a atenção da sociedade sobre as formas mais extremas de censura da mídia: a violência e o assassinato de jornalistas. Segundo comunicado publicado pelo CPJ, em média, 30 jornalistas são mortos por ano, no mundo, em represália às suas reportagens.
“Nos últimos 20 anos, mais de 660 jornalistas foram mortos (em vários países) ao denunciarem abusos de poder, crimes e violações dos direitos humanos. E as autoridades rotineiramente permitem que os assassinos fiquem à solta […]. A mensagem passada pelos assassinos é clara: jornalistas devem ser silenciados ou mortos. Entretanto, podemos unir as nossas vozes para pedir às autoridades ações que assegurem a investigação das mortes de profissionais da imprensa e a condenação dos acusados”, disse María Salazar-Ferro, coordenadora da campanha.
O site www.speakjusticenow.org apresenta um mapa interativo que mostra que, das 660 mortes, 130 ocorreram em países das Américas e Caribe nas últimas duas décadas. Neste site também é possível obter informações sobre o perfil dos jornalistas mortos, os lugares onde os crimes aconteceram, os fatos que estes profissionais estavam cobrindo, bem como prestrar solidariedade às famílias e apoiar a campanha.
Uma pesquisa feita pelo Comitê mostra que as autoridades são ineficientes em punir os autores dos crimes, incentivando a violência.
A mensagem da campanha também está sendo difundida pelo Facebook e pelo Twitter, por meio da conta @SpeakJusticeNow e da hashtag #SpeakJusticeNow.
“Fale de Justiça: Vozes Contra a Impunidade” é promovida pelo CPJ em parceria com cerca de 30 organizações que defendem a liberdade de expressão, a anti-corrupção e os direitos humanos, além de 100 jornalistas e outros apoiadores. A fundação John S. e James L. Knight e doadores individuais participam como financiadores.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.