Por Norma Garza
Os meios de comunicação na Guatemala protestaram contra as autoridades pelas agressões com gás pimenta que 28 jornalistas sofreram em duas ocasiões enquanto tentavam entrevistar Roberto Barreda, filho da ex-presidente da Corte Suprema de Justiça Beatriz de León, acusado de assassinato e ocultação de sua esposa Cristina Siekavizza em 2011, informou o Centro de Reportes Informativos sobre Guatemala (Cerigua).
Após sua captura em Yucatán, México, o fugitivo mais procurado da justiça guatemalteca foi transferido para a Cidade da Guatemala e no dia 13 de novembro começou a primeira audiência de seu julgamento. Terminada a audiência na Torre dos Tribunais, a imprensa foi buscar declarações do acusado.
Os seguranças de Barreda tentaram impedir a imprensa de se aproximar e um deles borrifou spray de pimenta para dispersar os jornalistas, informou século 21.
Quatro dias antes, outro grupo de jornalistas foi atingido pelo gás quando as autoridades transferiam Barreda aos tribunais. Alguns jornalistas tiveram que ser atendidos no local, segundo o Cerigua.
O ministro Mauricio López Bonilla ofereceu desculpas pelo incidente. Os agredidos apresentaram queixa na Procuradoria de Direitos Humanos do Ministério Público e no Escritório de Responsabilidade Profissional da Polícia Nacional Civil, que investigam o incidente, de acordo com os veículos Emisoras Unidas e Prensa Libre.
Ileana Alamilla, coordenadora do Observatório dos Jornalistas, também apresentou um protesto na Unidade de Direitos Humanos do Ministério do Interior. Alamilla destacou que “alguém deve responder por estas ações; tem de haver um responsável por estas violações e ele deve receber a punição correspondente", acrescentando este episódio não pode voltar a ocorrer, de acordo com o Cerigua.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.