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Jornalista regional é morto a tiros na Guatemala, no quarto assassinato de profissionais da imprensa no país este ano

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  • 20 agosto, 2013

Por Alejandro Martínez

O jornalista guatemalteco Carlos Alberto Orellana Chávez foi assassinado na segunda-feira, 19 de agosto, no município de San Bernardino, no estado de Suchitepéquez, informou o Cerigua. O crime é o quarto assassinato de um jornalista regional na Guatemala este ano.

O jornal Prensa Libre informou que Orellana Chávez, 72 anos, saiu de sua casa na manhã de segunda-feira. Seu corpo foi encontrado horas depois com feridas de bala na cabeça e no corpo.

Logo após o crime,  um agente da polícia disse ao Prensa Libre que não tinham uma hipótese sobre o motivo do crime, mas "possivelmente" teve relação com o roubo de seu carro, embora o automóvel tenha sido localizado pouco tempo depois com todos os pertences do jornalista dentro.

Segundo o Cerigua, alguns veículos reportaram que Orellana Chávez havia sido sequestrado antes de ser assassinado.

Orellana Chávez foi diretor da emissora Radio Victoria por 25 anos antes de seu fechamento. Atualmente, trabalhava em um programa do Canal Óptimo 23, no qual havia feito denúncias de corrupção em Suchitepéquez. O Prensa Libre reportou que uma neta de Orellana Chávez também havia sido alvo de ameaças e de tentativas de extorsão.

Orellana Chávez é o quarto jornalista regional assassinado na Guatemala. Em 6 de agosto, o jornalista e locutor de rádio Luis Lima foi assassinado em frente à sua emissora na província de Zacapa. Em 7 de abril, morreu a tiros Luis Alberto Lemus, diretor e produtor de um programa de TV do estado de Jutiapa. Em março, o jornalista Napoleón Jarquín Duarte também foi assassinado a tiros em Jutiapa.

Outros incidentes também têm gerado preocupação em relação à segurança de jornalistas no país. Em 12 de agosto, o jornalista Freddy Rodas foi vítima de um atentado, no qual foi atingido por vários tiros. Um suspeito do ataque foi detido neste final de semana.

Além disso, em 9 e 10 de agosto, o diretor do jornal elPeriódico, José Rubén Zamora, denunciou que agendes do governo tentaram invadir sua casa.

O Ministro de Governo Mauricio López Bonilla recentemente negou que essa série de ataques contra comunicadores tivessem a ver com suas profissões, e garantiu que os ataques tinham motivações pessoais, reportou o Cerigua.

No entanto, os ataques atraíram a atenção de organizações internacionais como a UNESCO e a Sociedade Interamericana de Imprensa. De sua parte, a associação de imprensa da Guatemala solicitou uma reunião com o presidente Otto Pérez para falar sobre as recentes agressões contra jornalistas do país, informou o Prensa Libre.

Para María Martin, direetor da organização de capacitação jornalística na Guatemala Gracias Vida, a atual onda de violência revela o estado de insegurança no qual vivem os jornalistas regionais da Guatemala há anos.

“Sempre houve uma falta de proteção para os jornalistas que trabalham em regiões rurais. Estão mais afastados, marginalizados e têm menos proteção e organização", disse Martin em entrevista ao Centro Knight para o Jornalismo nas Américas. "Por outro lado, também acho que duas coisas estão acontecendo. Primeiro, acredito que o crime organizado e os cartéis de drogas estão se tornando mais fortes em muitas áreas da Guatemala, e isso deixa as coisas mais perigosas para os jornalistas rurais e regionais".

"E segundo, a Guatemala fica entre o México e Honduras, onde o assassinato de jornalistas virou um esporte", acrescentou. "Sempre pensei que era apenas questão de tempo antes que os criminosos aprendessem desses países, onde jornalistas são assassinados e prevalece a impunidade".

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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