texas-moody

Campanha de jornalistas venezuelanos exige liberação de colega sequestrada

Por Travis Knoll

Depois da desaparição da jornalista e chefe de correspondentes da Globovisión, Nairobi Pinto, jornalistas de vários canais e meios se uniram em uma campanha online pedindo a liberação de Pinto.

Vestidos de branco, os jornalistas se fotografaram com cartazes que pedem que Pinto seja libertada, em textos com a hashtag “#LiberenANairobi” publicados nas mídias sociais.

Até agora não há novas pistas sobre o sequestro da jornalista, mas as autoridades não descartam nenhuma motivaço. Segundo El Nacional, há uma possibilidade de que o crime tenha tido motivos políticos, já que ela sabe das atividades de uma amiga com vínculos em um partido da oposição, o que essa amiga afirmou no Twitter. 

Da mesma maneira, o governo do presidente Nicolás Maduro sugeriu que Pinto poderia ter sido sequestrada por membros da oposição. Miguel Rodríguez Torres, Ministro do Interior, disse a Unión Radio que chamaba a atenção que tenham tido atos violentos na zona onde vive Pinto, e também tentativas fracassadas de sequestro e vários roubos.

Pinto foi sequestrada por três homens mascarados na noite de domingo, 5 de abril, quando voltava do supermercado no bairro Los Chaguaramos, de Caracas. Os homens apareceram em uma Chevrolet azul e a sequestraram, disse a cunhada de Pinto.

Luis Pinto, pai de Nairobi Pinto e também jornalista, disse ter fé “nos passos que estão dando as autoridades policiais” e pediu que os sequestradores valorem a ação que cometeram e que tenham o sentido comum e a responsabilidade de devolver sua filha. Também acrescentou que além de ser jornalista sua filha estudava direito, e que não havia falado de nenhum tipo de ameaça.

O pai de Nairobi disse que sua família não conta com muitos bens, porque vivem de seu trabalho, e acrescentou que estavam todos devastados pelo sucedido.

Globovisión disse que seus funcionários estão trabalhando com a família para contatar as forças de segurança locais e acrescentaram que os venezuelanos teriam que atuar responsavelmente em seu uso de meios sociais para não obstruir o trabalho das autoridades e por a vida de Pinto em risco maior, publicou o jornal argentino Clarín.

Na segunda passada, vários jornalistas, cinegrafistas e trabalhadores da imprensa se uniram na igreja que Pinto frequentava para orar por sua liberação. Marco Ruiz, presidente do Sindicato Nacional de Trabalhadores de Imprensa (SNTP) disse que a sociedade tem que ter um papel mais ativo na busca e criticou o progresso lento das autoridades.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

Artigos Recentes