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Relatório revela avanços e desafios na luta contra a impunidade de crimes contra jornalistas na América Latina

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  • 10 dezembro, 2010

Por Ingrid Bachmann

Entre 1995 e agosto de 2010, 258 jornalistas foram assassinados — ou estão desaparecidos e, por isso, assume-se que estejam mortos — na América Latina, mas apenas 59 casos já foram julgados. Esses números da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) corroboram uma análise do jornalista Tyler Bridges, que, em um novo relatório, chama a atenção para o que classifica como “a pior onda de violência já registrada contra os jornalistas” na região. É nesse contexto que a SIP desenvolveu seu Projeto Impunidade.

A campanha, de alcance continental, surgiu em 1995 para pressionar os governos a buscar justiça para os crimes contra jornalistas. A iniciativa foi financiada pela Fundação James S. e John L. Knight, que doou US $7,6 milhões ao Projeto Impunidade. O relatório de Bridges detalha a impunidade em muitos dos casos de ataques a repórteres e veículos de comunicação, além de analisar o impacto do projeto da SIP.

Segundo Bridges, a SIP contribuiu muito ao investigar casos não resolvidos e levá-los à Justiça, fazendo com que, pelo menos, nem todos os crimes contra jornalistas continuem impunes. Apesar disso, a grande maioria dos casos de assassinatos de profissionais de imprensa não culminam na prisão dos criminosos. Muitos deles cumprem penas curtas. Em 15 anos, apenas seis mandantes de mortes foram condenados.

Os assassinatos se concentram no México, na Colômbia e no Brasil, embora nos dois últimos países a matança de jornalistas venha diminuindo. Já a situação do México é muito diferente, pois a violência ligada ao narcotráfico transformou o país no mais perigoso para o exercício do jornalismo. (Para mais detalhes, veja este mapa do Centro Knight).

Bridges conclui, em seu relatório, que ainda há muito a ser feito. Os governos precisam agir mais rapidamente, as leis devem ser mais rigorosas e a Justiça, mais eficiente.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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