Por Joseph Vavrus
Um novo relatório do Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ) acusa o governo de promover "um clima de ilegalidade" que já matou nove trabalhadores da imprensa este ano, sete destes em apenas dois meses.
A força policial de Honduras, que ainda não resolveu nenhum dos crimes, tem afirmado que as mortes não estão relacionadas ao trabalho jornalístico das vítimas, mas à violência de rua. Segundo o CPJ, isso levou muitos a acreditar que os crimes têm a aprovação tácita ou envolvimento direto dos agentes do governo.
Quem então estaria matando os trabalhadores de imprensa hondurenhos? As opiniões são contraditórias. No desencadear do golpe de Estado, no ano passado, alguns grupos de oposição afirmam que os jornalistas foram mortos por serem "inimigos do Estado", parte de uma série de violações de direitos humanos dirigidas aos opositores do golpe. Outros afirmam que se trata de um esforço por parte de grupos privados em reprimir a oposição que "o governo não pode ou não quer controlar". O CPJ afirma que, embora não possa confirmar a existência de conspiração, é evidente que "a impunidade está matando jornalistas em Honduras, e a impunidade é uma criação do governo".
O relatório completo, escrito por Mike O'Connor, inclui perfis dos sete trabalhadores da imprensa mortos entre março e meados de junho, e confirma que três casos estão relacionados à prática do jornalismo.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.