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Henry Blodget, CEO da Insider Inc., passou da experimentação à evolução da mídia digital

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  • 12 abril, 2019

Por Allysson Ortegon

Foram anos enfrentando o ceticismo e a experimentação implacável, mas o CEO da Insider Inc., Henry Blodget, finalmente transformou as possibilidades das mídias digitais e as transformou em uma empresa multimilionária.

Henry Blodget (Erika Rich/Knight Center)

Blodget contou como tem encontrado o sucesso e enfrentado problemas no discurso de abertura do 20º Simpósio Internacional de Jornalismo Online (ISOJ) em Austin, Texas, no dia 12 de abril.

Em 2007, quando a Insider foi lançada com três pessoas digitando "freneticamente" em um galpão, Blodget disse que a ideia era criar o maior público possível antes que o dinheiro acabasse.

"Isso nos deu a capacidade de tentar muitas ideias", disse Blodget. “Muitas dessas ideias eram idiotas e não funcionaram, e descobrimos isso muito rapidamente. Em última análise, algumas funcionaram e nós seguimos dobrando a dose das coisas que estavam funcionando. ”

Blodget riu enquanto lembrava de tentativas de engajamento de vídeo e audiência. Ao longo dos primeiros anos da empresa, ele se apegou à ideia de que as mídias digitais evoluiriam da mesma forma que a mídia impressa e de radiodifusão tinha evoluído.

Por fim, ele disse que eles avaliaram e perceberam que parte do trabalho que estavam fazendo espelhava as audiências de vídeo lineares já oferecidas por meios de radiodifusão.

“A história da empresa realmente nesse processo é A, o terror de que, se não descobrirmos o modelo ao longo do próximo ano, antes que o dinheiro acabe, vamos à falência e B, apenas experimentações constantes, o que funciona em que meio e o que o público valoriza.”

Agora, a empresa possui podcasts, Insider TV, uma variedade de seções, milhões de seguidores nas redes sociais, uma audiência de cerca de 170 milhões e um alcance global.

Blodget apontou que a audiência que a Insider atende tem entre 15 e 40 anos. Ele comentou várias vezes como suas filhas jovens respondem ao conteúdo da Insider, inspirando-o a ir além do material exclusivamente relacionado a negócios.

Blodget contou animadamente uma história sobre como ele achava que suas filhas ficariam contentes em saber que seu pai ganha a vida contando histórias, mas em vez disso foi recebido com a resposta: "Mas assuntos de negócios são chatos".

Após o lançamento de seções como Cheese Insider e Dessert Insider, Blodget disse: "Eu me tornei um herói na minha casa."

Ele admitiu que há duas questões que a indústria digital e o jornalismo em geral enfrentam. Uma é a competição entre as publicações na conquista da atenção do público. As pessoas passam seis horas por dia consumindo mídia e há uma briga para capturar essas horas, de acordo com  Blodget.

"É uma atmosfera de Game of Thrones, da sobrevivência do mais forte, e vai continuar assim por um tempo."

A segunda questão é a preservação das notícias locais na era digital.

O editor do Dallas Morning News, Mike Wilson, que entrevistou Blodget no palco, expressou com bom humor seu descontentamento com a apresentação de slides de Blodget ter terminado com um chamado a consertar as notícias locais, sem mais instruções.

Blodget disse que acha que será uma combinação de publicidade e assinantes, mas um modelo de 100% de assinaturas para pagar pela mídia não vai funcionar.

“Isso parece legal até você perceber que, como consumidor, você terá 15 assinaturas para diferentes revistas que cobrem o mesmo tipo de coisa. Não vai funcionar.”

Blodget comparou enfaticamente a demanda de assinantes para pagar por notícias a seu próprio consumo de bens básicos.

“Eu não gosto de pagar por roupas quando vou à loja, mas faço porque, claro, eu faço. Eles produziram esse item e eu o estou comprando. As pessoas podem até resmungar, mas farão isso.”

Wilson perguntou como a Insider produz conteúdo que lida com negócios, mas também tem material mais leve como Cheese Insider e Bonkers Closets.

Blodget respondeu que histórias leves, de entretenimento, equilibram o consumo de hard news, assim como ajudam a pagar as contas.

“No The New York Times, a cobertura do Iraque nunca pagou pelo salário da redação… nem acidentes de avião ou cabeças decepadas, essa não é a seção comercial.”

Esta seção comercial é aquilo para que os anunciantes estão olhando e onde querem colocar seu nome, de acordo com Blodget.

A transmissão ao vivo do ISOJ em inglês e espanhol pode ser encontrada em isoj.org.

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