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2011 é o ano mais trágico para a imprensa latino-americana dos últimos 20 anos, alerta SIP

Transcorridos apenas sete meses deste ano, 2011 já é "o ano mais trágico das últimas décadas para a imprensa latino-americana", com assassinatos de 19 jornalistas , segundo análise da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) publicada na última sexta-feira, 29 de julho.

O Comitê Executivo da SIP se reuniu em Miami para verificar a deterioração da liberdade de imprensa na região nos últimos meses, após a violência do crime organizado e a perseguição judicial e legal a que estão submetidos jornalistas e meios de comunicação independentes. Em uma coletiva de imprensa realizada após a reunião, os diretores da organização expressaram seu "estado de alerta e preocupação" pelos homicídios de jornalistas e reclamaram a respeito da impunidade e da falta de vontade política dos governos para desvendar os crimes, reportou o portal Uol.

O México ocupa o primeiro lugar entre os países com mais assassinatos de jornalistas, com cinco, de acordo com a SIP, embora cálculos de veículos locais elevem o número a sete. Logo em seguida estãoHonduras e Brasil, com quatro assassinatos cada um. Colômbia, El Salvador, Guatemala, Paraguai, Peru e Venezuela tiveram, cada país, um jornalista assassinado neste ano.

A SIP também se referiu à "perseguição legal" da liberdade de expressão em alguns países pelo uso de leis de calúnia e difamação contra jornalistas (como no Peru), e à aprovação de novas leis de comunicação que impõem maior regulação aos veículos por parte do governo, como na Bolívia e no Equador.

Essa prática de perseguição judicial se dá também no Brasil, em El Salvador, no Paraguai e na Venezuela, "onde os meios de comunicação teriam sido censurados e multados". No Peru, onde vários jornalistas haviam sido condenados à prisão por difamação, o Congresso aboliu recentemente esse tipo de pena para o delito e a substituiu por multas e serviços comunitários.

A SIP também denunciou o uso indiscriminado de publicidade oficial e propaganda eleitoral na Argentina, no Equador, na Nicarágua e na Venezuela, além de criticar a política de concentração de veículos de comunicação nas mãos do Estado seguida por esses mesmos países, segundo publicou o jornal hondurenho La Tribuna.

Veja abaixo a lista dos jornalistas assassinados neste ano:

Brasil: Auro Ida (22 de julho); Edinaldo Filgueira (15 de junho), Valério Nascimento (3 de maio) e Luciano Leitão Pedrosa (9 de abril).

Colômbia: Luis Eduardo Gómez (30 de junho).

El Salvador: Alfredo Hurtado (25 de abril).

Guatemala: Yensi Roberto Ordóñez Galdámez (19 de maio).

Honduras: Nery Jeremías Orellana (14 de julho); Adán Benítez (4 de julho), Luis Mendoza (19 de maio) e Héctor Francisco Medina Polanco (10 de maio).

México: Yolanda Ordaz de la Cruz (26 de julho); Miguel Ángel López Velasco (20 de junho); Noel López Olguín (1 de junho); Luis Emmanuel Ruiz Carrillo (24 de março); e Rodolfo Ochoa Moreno (10 de fevereiro). Desaparecido: Marco Antonio López (7 de junho).

Paraguai: Medardo Moreno (3 de marzo).

Peru: Julio Castillo Narváez (3 de maio).

Venezuela: Wilfred Ojeda (17 de maio).

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