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30 jornalistas foram assassinados nas Américas até o momento em 2018, reportou a SIP em sua Assembleia Geral

Em 2018, 30 jornalistas foram assassinados nas Américas, 20 deles apenas entre abril e outubro. Essa foi uma das conclusões da 74ª Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), realizada de 19 a 22 de outubro em Salta, Argentina.

Os países com jornalistas assassinados foram Equador (3), México (11), Brasil (4), Colômbia (2), Nicarágua (1), Guatemala (2) e Estados Unidos (7). Segundo a SIP, ameaças, agressões e assassinatos de jornalistas não diminuíram, mas estão aumentando em relação aos anos anteriores.

Em relação às mortes dos últimos seis meses, a organização apontou que os jornalistas assassinados eram jovens profissionais que realizavam tarefas de grande valor para suas respectivas comunidades.

Também concluiu que as campanhas de difamação e insultos contra jornalistas aumentaram em Argentina, Colômbia, El Salvador, Estados Unidos, Honduras e Peru. Especialmente por parte de funcionários de governos, o que torna esta situação "particularmente grave".

Vários jornalistas de Argentina, Brasil, Canadá, Costa Rica, Cuba, Guatemala, Nicarágua, Venezuela e Peru sofreram violentos ataques, tentativas de sequestro e agressões, segundo a SIP. A organização denunciou que a falta de proteção para jornalistas e a reação lenta das autoridades em relação a esses eventos dão a impressão de ser permissiva em relação aos agressores.

Em relação à publicidade oficial em meios privados, a organização indicou que sua distribuição continua arbitrária ou confusa, especialmente em Bolívia, Chile, Guatemala e Honduras.

Entre outras medidas que afetam o jornalismo, a SIP alertou para a insistência em países como a República Dominicana e a Colômbia de que os jornalistas sejam registrados. Também observou que no Chile, na Costa Rica, em El Salvador, na Guatemala, em Honduras, no Panamá, no Paraguai e na República Dominicana estão sendo discutidos projetos que criariam uma série de obstáculos à prática do jornalismo.

Finalmente, assinalou que em Cuba, na Venezuela e na Nicarágua a imprensa independente continua a enfrentar desafios de todos os tipos. Eles incluem a falta de papel para imprimir, energia elétrica e pessoal qualificado, além da hostilidade de seus próprios governos contra suas empresas e trabalhadores.

A 74ª Assembleia Geral da SIP teve como tema "O futuro da tecnologia interativa e seu impacto na evolução social". Uma de suas principais conquistas foi a aprovação da Declaração de Salta sobre os princípios da liberdade de expressão na era digital.

Com 13 pontos, a declaração estabelece as premissas e restrições para o uso de mídia digital com o objetivo de salvaguardar a liberdade de expressão. O documento é dirigido a governos, instituições administrativas, intermediários de mídia e tecnologia.

A Assembleia também aprovou uma resolução sobre ataques nas redes sociais, que estão sendo usadas como armas de difamação contra jornalistas e como ferramentas de desinformação.

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