Por Tatiana Sell
A rede de Intercâmbio Internacional pela Liberdade de Expressão na América Latina e Caribe (IFEX-ALC) declarou que ao menos 74 jornalistas foram mortos e centenas de outros foram violentados em 11 países da região, nos últimos três anos, citou o Infobae América.
A informação foi divulgada em 23 de Novembro durante o lançamento da primeira edição do “Relatório Anual de Impunidade 2012: Rostos e Traços da Liberdade de Expressão”, elaborado pela IFEX-ALC e seus parceiros. O evento coincidiu com a celebração do Dia Mundial Contra a Impunidade, criado no ano passado pela IFEX internacional.
O relatório apresenta uma análise sobre a ineficiência da justiça em punir os crimes contra a liberdade de expressão na América Latina e destaca a falta de mecanismos especializados para garantir a segurança dos jornalistas, fatores que estimulam as agressões.
O aumento dos casos de violência física contra jornalistas e da censura indireta dos governos -- por meio da difamação de jornalistas, interrupção de sinais de rádio e criação de meios de comunicação estatais, que visam minimizar o espaço da imprensa independente -- são duas fortes tendências presentes nos países latino-americanos.
Além disso, o estudo também mostra o crescimento da participação dos cidadãos comuns em atos contra a censura e ataques a jornalistas.
A IFEX-ALC espera que o relatório seja um instrumento para reforçar a luta contra impunidade e gerar mudanças que favoreçam à liberdade de expressão na América Latina e Caribe.
“Os jornalistas latino-americanos não são confrontados apenas com a violência decorrentes de conflitos armados, distúrbios internos, crime comum e tráfico de drogas. Eles também são expostos a novas formas de censura, muitas vezes sutil, acompanhados por ataques de baixo nível, que apresentam-se como principais obstáculos para o trabalho jornalístico”, expressou a rede IFEX-ALC no relatório.
Honduras e México: países mais perigosos para o exercício da profissão
Dos 74 casos de assassinatos, dos quais apenas 8 foram solucionados, 25 aconteceram em Honduras e 24 no México, classificando esses países como os mais perigosos para o exercício da profissão na América Latina. No Brasil, foram nove vítimas; em El Savador, sete; no Peru, três; na Guatemala, duas; e na Argentina, uma.
O contexto da violência contra jornalista varia em cada localidade, mostrou o estudo. No México e na América Central são constantes os conflitos desses profissionais contra o crime organizado. Na Colômbia e no Brasil, o acesso à justiça é precário devido à grande quantidade de casos. Já no Equador, na Bolívia e na Venezuela os maiores inimigos da liberdade de expressão são os governos, por meio da censura.
Clique aqui para ter acesso ao conteúdo do relatório de 64 páginas, redigido em Espanhol, no qual é possível obter informações detalhadas sobre a impunidade contra a liberdade de expressão em cada um dos 11 países.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.