Por Diego Cruz*
Doze jornalistas foram mortos em países da América Latina em 2013, de acordo com o relatório anual da Repórteres sem fronteiras divulgado nesta quarta-feira, 18 de dezembro.
O número foi menor que o do ano passado, que terminou com 15 mortes, mas a organização disse que isso não significa que a situação na região melhorou. Embora o estado geral da liberdade de imprensa na região tenha sido considerado estável, três países foram motivo de preocupação: México, Brasil e Honduras.
“A situação não melhorou, o último ano foi excepcionalmente terrível, mas algumas coisas ficaram piores em certos aspectos”, disse Benoît Hervieu, do escritório da Repórteres sem Fronteiras nas Américas, citado pelo jornal mexicano El Universal.
Apenas duas mortes foram relatadas no México, que teve 6 assassinatos no último ano, mas Hervieu disse que este resultado foi provavelmente decorrente da censura e auto-censura, que paralisou muitos jornalistas que cobriam temas perigosos. O relatório disse que o aumento da auto-censura foi em parte devido ao retorno ao poder do Partido Revolucionário Institucional (PRI) e à pressão do novo governo sobre os meios de comunicação. Além disso, o número de sequestros aumentou, com três jornalistas desaparecidos.
O Brasil teve o maior número de mortes na América Latina, com cinco jornalistas mortos, o mesmo que em 2012. Hervieu disse que isso era, em grande parte, devido ao aumento da agressão contra os meios de comunicação durante a cobertura de protestos contra os preços do transporte público e as caras construções para a próxima Copa do Mundo.
Honduras também teve um alto número de mortes, três jornalistas, resultado de tensões políticas durante o ano eleitoral, diz Hervieu. Duas outras mortes foram registradas, uma no Paraguai e outra na Colômbia, onde ainda havia um grande número de ameaças a jornalistas.
O relatório indicou um total de 71 mortes de jornalistas em todo o mundo, menos que no ano passado, com 88. Com dez mortes, a Síria foi o país mais violento para jornalistas este ano, seguido de perto por Índia, Filipinas, Somália e Paquistão.
O número de jornalistas seqüestrados aumentou 129%, para 87, a maioria deles no Oriente Médio e Norte da África.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.