Por Marina Torres
Dez colombianos, incluindo três jornalistas, foram ameaçados de morte em um panfleto supostamente assinado por paramilitares das Forças Unidas de autodefesa da Colômbia, informou a Fundação para a Liberdade de Expressão (FLIP), que condenou as ameaças.
O panfleto apareceu, pela primeira vez, dia quatro de fevereiro na cidade de Cartago, Valle del Cauca.
Luis Fernando Gil, do programa de televisão Hora 13; Raúl Parra, diretor da publicação La Hoja de Parra; e Héctor Fabio Garcia, da rádio Cartago Estéreo, foram declarados “objetivos militares” por suas participações no Comitê de Direitos Humanos da cidade. O aviso coloca recompensa pela cabeça dos jornalistas e pede que colaboradores dos paramilitares “façam sua parte”, informou a rede IFEX.
Esta não é a primeira vez que jornalistas são ameaçados dessa forma. Advertências semelhantes foram difundidas em março, julho e outubro de 2009, e também em fevereiro do ano passado, segundo IFEX e o Instituto Internacional da Imprensa. Essas ameaças viriam de um grupo denominado “Os doze condenados”, que pode ou não ser o mesmo grupo dos atuais panfletos.
Gil, que encontra-se sob proteção do Ministério do Interior, disse à FLIP que muitas dessas ameaças permanecem impunes. “Estes panfletos sempre surgem depois que nos reunimos com funcionários locais na apuração de notícias das marchas sindicais”, explicou. O jornalista também disse estar preocupado com a segurança de sua família e pensa em abandonar a cidade.
Nos últimos anos, Cartago ocorre um aumento das atividades de narcotraficantes na região, o que também aumenta a preocupação com a segurança. Dois jornalistas foram mortos em Cartago nos últimos seis anos. Segundo a Federação Colombiana de Jornalistas também foram registrados 189 ataques contra jornalistas wm 2010, dos quais, sete resultaram em mortes.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.