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Funcionário da inteligência colombiana pode ter sido o mandante do assassinato do jornalista Jaime Garzón

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  • 1 julho, 2010

Por Ingrid Bachmann

Ao lado dos paramilitares, funcionários do Estado colombiano podem ter participado do assassinato do reconhecido jornalista e humorista Jaime Garzón, em 1999, informou o jornal El Heraldo.

O Ministério Público colombiano pediu a prisão preventiva de José Miguel Narváez, que era vice-diretor do serviço de inteligência do país. Ele é identificado como possível mandante do assassinato, numa acusação baseada no testemunho de três paramilitares, informaram El Tiempo e La FM. Narváez está preso desde agosto de 2009, por acusações vinculadas à espionagem ilegal de juízes, jornalistas, políticos e organizações de direitos humanos, inclusive o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), informou esta organização.

Segundo os jornais, Narváez mantinha uma estreita relação com o líder paramilitar Carlos Castaño e teria o encorajado a "matar comunistas". Castaño, que morreu em 2004, foi o único condenado até o momento pela morte do jornalista. Outras pessoas acusadas inicialmente por envolvimento no assassinato foram absolvidas, e o crime permanece impune.

Garzón era um famoso humorista político que integrou uma comissão nomeada pelo governo para instaurar o processo de paz com o grupo armado Exército de Libertação Nacional (ELN). Antes de sua morte, ele havia alertado que estava sendo ameaçado por comandantes militares e paramilitares.

A defesa de Narváez negou as acusações e irá questionar a ordem de prisão preventiva, acrescenta El Espectador.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.