Por Samantha Badgen
Em 26 de março, quatro semanas depois de ser sequestrado, agredido e ameaçado em virtude do conteúdo de uma revista política sob sua direção, o jornalista mexicano Gilberto Moreno Fontes se suicidou em sua casa em Nuevo Laredo, Tamaulipas, de acordo com a agência de notícias Proceso.
Moreno estava deprimido havia quatro semanas, desde que foi agredido e ameaçado durante um atentado com a intenção de fazê-lo deixar de publicar sua revista crítica, Un Atorón Tamaulipeco. Na quarta-feira, após se despedir de sua família, Moreno se fechou no banheiro e deu um tiro na cabeça.
O jornalista era engenheiro con mestrado e doutorado, mas seu trabalho na revista era focado em fazer críticas duras a funcionários do governo municipal de Nuevo Laredo. Seus colegas e amigos explicaram à Proceso que ele não publicava conteúdo relacionado ao crime organizado.
Moreno havia sido agredido anteriormente pelo conteúdo publicado em sua revista. A funcionária da Câmara Municipal Yallelh Abdala Carmona agrediu o jornalista por uma publicação que a atacava, de acordo com o site Hoy Tamaulipas.
A Câmara afirmou que a revista difamava funcionários e vereadores sem apresentar provas e publicava caricaturas com “mensagens obscenas” e “desenhos de alto conteúdo sexual”, e proibiu sua distribuição durante os eventos políticos e no gabinete do prefeito, de acordo com Processo.
Moreno também escrevia a coluna Reflexões Políticas para o periódico Primera Hora, pela qual passou a ser reconhecido.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.