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Jornalistas do México, de Cuba e dos Estados Unidos estão entre os ganhadores dos prêmios Ortega y Gasset, do jornal El País

Jornalistas do México e de Cuba foram os vencedores da premiação de jornalismo Ortega y Gasset, do jornal espanhol El País, no dia 6 de abril. A edição de 2017 foi a 34ª do prêmio. A cerimônia será no dia 11 de maio, em Madrid, e vai coroar as melhores reportagens em língua espanhola produzidas no último ano.

A jornalista e escritora mexicana Alma Guillermoprieto foi a vencedora da categoria Trajetória Profissional. Ela começou a trabalhar na América Latina e é conhecida por suas coberturas das guerras da América Central. A jornalista já passou pelas redações do The Guardian e do The Washington Post. Guillermoprieto também chefiou o escritório da América Latina da Newsweek e colaborou para publicações como New Yorker e The New York Times Review of Books. Ela é a autora de “Dancing with Cuba: A Memoir of the Revolution” e “The Heart that Bleeds: Latin America Now.

O júri destacou a forma com que a jornalista “soube transmitir as complexidades da realidade latino-americana em geral e de seu país em particular”, informou o site do prêmio.

Ronny Rojas e Maye Primera, da Univisión Noticias, dos Estados Unidos, foram premiados na categoria cobertura multimídia pelo especial “Férias em Águas de Ninguém” (Vacaciones en Aguas de Nadie, em espanhol). O trabalho é uma investigação sobre a indústria multimilionária dos cruzeiros, uma das menos reguladas no país.

Os jurados elogiaram tanto a originalidade do tema como a amplitude do enfoque da cobertura, “que abarca narrativas múltiplas com vídeo, infografia interativa ou texto”, explicou o site.

O site mexicano Animal Político recebeu uma menção honrosa na categoria pelo especial “Dez anos de luta contra o narcotráfico” (Diez años de lucha contra el Narco, em espanhol).

O fotojornalista cubano Yander Zamora ganhou a categoria Melhor Fotografia pela imagem do Air Force One sobrevoando La Habana na visita do ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama à capital de Cuba. A foto foi publicada na Reuters em março do ano passado.

Segundo o júri, a imagem é “fotojornalismo puro, capaz de captar o momento”. A fotografia já havia sido vencedora do prêmio Rei de Espanha, em janeiro deste ano.

O prêmio de Melhor História ou Investigação Jornalística foi para Guillem Sánchez, Jesús G. Albalat e María Jesús Ibáñez, do jornal catalão El Periódico de Cataluña. Os jornalistas produziram uma série de reportagens que denunciaram mais de 40 casos de pedofilia em escolas de Barcelona.

O júri destacou que a cobertura cumpriu um dos mais importantes princípios do jornalismo: o de servir à sociedade. “A tenacidade e o monitoramento da redação fizeram com que vítimas de abusos que passaram décadas em silêncio contassem seus casos e se conectassem entre si”, descreveu o site.

Os jornalistas espanhóis Carles Porta e José Ángel Esteban receberam menções especiais na categoria pela série de podcasts “Chamavam-no de Padre” (Le Llamaban Padre, em espanhol). A série de reportagens veiculada no Premium Podcast também abordou um caso de pedofilia.

Todos os vencedores ganharam 15 mil euros e uma obra do artista basco Eduardo Chillida. Os prêmios foram criados em 1984 com o objetivo de “ressaltar a defesa das liberdades, da independência e do rigor como virtudes essenciais do jornalismo e reconhecer os trabalhos destacados pela sua qualidade”, segundo o site.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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