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Novo ministro das comunicações de Trinidad e Tobago busca reduzir o financiamento de meios estatais

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  • 23 outubro, 2015

Por Lorenzo Holt

O novo Ministro de Comunicações de Trinidad e Tobago disse a um grupo de jornalistas do Caribe que o governo havia utilizado dinheiro demais para financiar empresas de mídia estatais.

Não precisamos de tantos meios de comunicação e neste momento não podemos financiá-los”, disse o Ministro de Comunicações, Maxie Cuffie, segundo o Antigua Observer.

Em sua fala do dia 4 de outubro, durante a Oitava Assembleia Geral Bianual da Associação dos Trabalhadores de Mídia do Caribe (ACM na sigla em inglês), Cuffie discutiu se o dinheiro do governo poderia ter sido melhor investido em infraestrutura e serviços públicos. Fez menção a uma campanha midiática do governo de 50 milhões de dólares chamada "Governo trabalhando para você", e de subsídios a empresas estatais de meios como o Grupo de Novos Meios do Caribe (Caribbean New Media Group ou CNMG) e Serviços Informativos do Governo (Government Information Services Ltd. ou GSIL) como exemplos de gastos públicos questionáveis, segundo o Antigua Observer.

CNMG opera a estação estatal de televisão C TV e três estações de rádio, e presta serviço em Trinidad e Tobago e em outros países próximos do Caribe. GISL é o braço de comunicação para as organizações estatais, e opera a rede TV4.

O Estado, através de CNMG, GISL e do Parlamento, é proprietário de três cadeias de televisão, quatro estações de rádio e só no ano passado gastou mais de 90 milhões para manter a operação dos meios”, disse Cuffie, de acordo com Newsday. “Em uma economia em contração e com preços de energia deprimidos, isso parece insustentável”.

Em declarações anteriores, Cuffie havia ‘insinuado’ a diminuição no número das empresas de comunicação dependentes do governo, segundo TV 6 News. Este canal informou que Cuffie mencionou a busca de um modelo similar ao utilizado pela British Broadcasting Corporation e a Canadian Broadcasting Corporation.

“Como novo Ministro de Comunicações, minha primeira prioridade é restaurar a confiança nos meios estatais existentes e garantir que estejam desprovidos de uma agenda política, propaganda e politiqueira conforme avançarmos em direção a um novo modelo”, disse Cuffie durante a assembleia de ACM, de acordo com Newsday.

Como ex-jornalista, Cuffie reconheceu a desconfiança mútua entre políticos e jornalistas, mas destacou que os meios livres e abertos são essenciais para um governo democrático e para a confiança pública.

Em 7 de setembro, o Movimento Nacional Popular (People’s National Movement ou PNM) ganhou as eleições gerais da Aliança Popular (People’s Partnership ou PP), que havia ganhado as anteriores. Cuffie, também representante do Parlamento PNM, foi nomeado como Ministro de Comunicações em 8 setembro. Uma de suas primeiras decisões como Ministro foi fundir as juntas diretoras de CNMG e GISL.

A senadora independente Helen Drayton foi nomeada como a nova presidente da junta CNMG/GISL e imediatamente autorizou o fim do contrato do CEO de CNMG, Ken Ali, e da apresentadora de um programa de rádio chamada Marcia Braveboy, segundo o Guardian.tt.

Apesar das recentes mudanças de pessoal, em seu discurso Cuffie disse que as demissões massivas não estão previstas e que o governo levaria em consideração as opiniões de todas as partes envolvidas antes de tomar uma decisão final sobre o futuro dos meios estatais, segundo Newsday.

“Vamos esperar pra ver o que significa isso”, disse Fraser Jabari, secretário da Associação de Meios de Trinidad e Tobago (MATT na sigla em inglês). “O que pode acontecer é haver uma mudança de CEO e as pessoas que estavam lançando ataques muito pessoais, como alguns ativistas políticos –podem perder seus trabalhos. Mas não é uma tradição entre as salas de imprensa que os jornalistas percam seus trabalhos”.

O discurso de Cuffie na assembleia de ACM foi seu primeiro ato oficial como Ministro, informou Newsday. Nele, Cuffie expressou estar orgulhoso de que seus antigos colegas tenham o convidado a falar. Ele trabalhou como diretor geral da GISL, a Publicación Mirror Group, e foi presidente de MATT. Atualmente é o diretor geral de Integrated Media Company Ltd.

“É importante para o governo que tenhamos uma associação de meios ativa, uma associação de meios profissional e que os jornalistas sejam respeitados e possam exercer seu papel em termos de um bom governo”, disse Cuffie, segundo o Antigua Observer. “Como difusores de informação e profissionais dos meios de comunicação, temos que fazer o que for necessário para recuperar ou melhorar a confiança daqueles a quem se confiou a tarefa de informar".

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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