texas-moody

Organizações jornalísticas devem usar uma abordagem mais personalizada para se relacionar com o público, dizem painelistas no ISOJ 2023

  • Por
  • 18 abril, 2023

Por Taylor Sheridan* 

Com a saída do Twitter de organizações de notícias dos Estados Unidos como a National Press Radio (NPR) e Public Broadcasting Service (PBS), a ideia de usar as redes sociais para distribuir notícias está em questão. Especialistas reunidos no Simpósio Internacional de Jornalismo Online (ISOJ) 2023 deixaram claro que se afastar da dependência de plataformas de redes sociais para alcançar seu público ajudará a alcançar audiências em ambientes online super saturados.

O painel "Newsletters, podcasts, mensagens de texto, notificações: organizações de notícias estão deixando de depender de redes sociais?", realizado em 15 de abril, foi moderado por Sara Fischer, repórter sênior de mídia e autora de uma newsletter de tendências da mídia na Axios. Os painelistas David Cohn, diretor de estratégia e cofundador do Subtext da Advance Publications, Coleen O'Lear, chefe de curadoria e plataformas do The Washington Post, e Zainab Shah, diretora de engajamento e audiência em THE CITY, discutiram como vêem o impulso para abordagens mais individualizadas para atrair leitores e telespectadores.

Os painelistas discutiram várias maneiras de atingir seu público e a melhor maneira de utilizar cada método. Estas incluem mensagens de texto, notificações, podcasts e newsletters. Fischer compartilhou que a sensação é de estar na era de não contar com as redes sociais.

Em resposta, O'Lear expressou que, nesta era, as organizações deveriam trabalhar para criar seus próprios produtos e aplicativos que perdurem. Eles concordaram que, ao fazer estas coisas, a dependência das redes sociais, bem como a agregação, diminuirá à medida que forem usadas abordagens mais individualizadas.

"Seja muito, muito criativo sobre em quais outros lugares você poderia encontrar o público e como você pode continuar a desenvolver, construir e manter relações diretas com ele que não dependem necessariamente do algoritmo de um aplicativo de agregação ou do algoritmo de outra plataforma de rede social", disse Shah.

Uma maneira individualizada de alcançar o público é através de mensagens de texto. De acordo com os membros do painel, as mensagens de texto como forma de se comunicar com o público podem ajudar a abrir caminho diante da sobrecarregada caixa de entrada de emails, de notificações e, como disse Cohn, da natureza performativa das mídias sociais. Cohn também compartilhou que há uma taxa de abertura de 95% para mensagens de texto.

Os painelistas também discutiram as newsletters como uma forma de alcançar o público. O'Lear falou sobre como no The Washington Post suas newsletters evoluíram para continuar a atender às necessidades de seu público e oferecer algo diferente. Ao manter este foco, as newsetters podem se destacar em caixas de entrada lotadas.

Journalist David Cohn speaks at ISOJ conference 2023.

David Cohn durante painel no ISOJ 2023. (Foto: Patricia Lim/Knight Center)

"Todos os nossos produtos devem estar vivos e respirando. Não podemos pensar que sempre acertamos com tudo. Mesmo as coisas que estão funcionando, deveríamos inspecionar e reavaliar", disse O'Lear.

Os podcasts também seguiram este caminho de evolução, mas no geral foram considerados como uma boa maneira de alcançar as necessidades do público. O'Lear discutiu como ouvintes de podcasts sentem como se estivessem conversando com um amigo, o que é uma razão para seu sucesso.

Como os podcasts podem ter uma barreira de entrada maior, Shah expressou a importância de servir primeiro o público e se preocupar com a qualidade da produção depois.

As notificações push também foram discutidas como uma forma de alcançar as pessoas. Mesmo que os painelistas concordem que esse tipo de notificação está saturado, há valor nos alertas push mesmo que o usuário não clique neles. O'Lear expressou como eles trabalham para construir confiança e relacionamentos com os usuários.

Os painelistas também discutiram como os alertas de notícias de última hora não foram os alertas que receberam mais cliques. Shah compartilhou que os alertas push que se concentram em explicar questões e práticas para seu público são mais favoráveis.

Abordagem individualizada

Foi sugerido que enquanto as redes sociais e aplicativos de agregação dão acesso às organizações jornalísticas, o engajamento real do público vem de métodos mais individualizados e únicos de interação.

"É ótimo, e parece ótimo ter um bilhão de olhos", disse Cohn. "Mas acho que o que a indústria jornalística aprendeu é que talvez seja melhor ter 10 mil cérebros em vez de um bilhão de olhos".

O Twitter e as redes sociais não são vistos como um bom lugar para conhecer e manter o público, de acordo com os painelistas. Encontrar o público onde ele está é mais significativo, uma observação feita por Shah em relação ao motivo pelo qual estes métodos individualizados são importantes de se considerar.

"Você tem que informar [o público] nos formatos e maneiras que ele prefere. Há muita informação, muitas plataformas, muitas maneiras de falar com as pessoas lá fora para que você não esteja fazendo isso", disse ela.

*Taylor Sheridan está fazendo um mestrado na Universidade do Texas em Austin, onde pesquisa empoderamento e empatia em fotos de traumas e no campo do fotojornalismo.

Artigos Recentes