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Painel compartilha novas ideias sobre como financiar jornalismo de interesse público no mundo

Os meios de comunicação de interesse público estão se adaptando às dificuldades econômicas e criando projetos e modelos de negócios inovadores para sobreviver e prosperar, afirmaram os participantes do workshop do Simpósio Internacional de Jornalismo Online, chamado “Buscando novas idéias para financiar veículos de interesse público nos EUA e no mundo inteiro ”.

Em abril de 2020, a BBC Media Action e a Luminate divulgaram um estudo em Londres que descrevia as crises econômicas e políticas que a mídia livre e independente enfrenta. Do outro lado do Atlântico, o American Journalism Project, estava trabalhando em uma iniciativa de US$ 50 milhões para ajudar a financiar "organizações de notícias cívicas" nos Estados Unidos. As mentes por trás desses projetos se reuniram para discutir essas idéias na conferência do ISOJ, que completou 21 anos.

Nishant Lalwani

Nishant Lalwani

O diretor da Luminate Nishant Lalwani disse que a organização e a BBC estão lançando um Fundo Internacional para Mídia de Interesse Público. Este fundo apoiaria o desenvolvimento, sustentabilidade e independência da mídia de interesse público, particularmente em áreas de baixa renda.

“Ter um fundo independente, com credibilidade e multilateral como esse garantiria que, enquanto trabalhamos nesses tempos turbulentos […] e descobrimos novos caminhos para a sustentabilidade, [significa] que não teremos mídias independentes morrendo por toda parte do mundo e que não permitiremos que o autoritarismo e a falta de prestação de contas continuem aumentando”, disse Lalwani.

Dele Olojede

Dele Olojede

Dele Olojede, que é o fundador e anfitrião da Africa in the World, disse que esforços como o fundo internacional ajudarão a preencher as lacunas dos meios de comunicação que estão lidando com questões econômicas. Olojede falou que tentou lançar uma publicação de notícias para fiscalização do poder, que lutava para garantir um financiamento que lhes permitisse permanecer independentes. A princípio, sua publicação tentou obter financiamento dos anunciantes. Mas isso rapidamente se mostrou insustentável.

“Como seríamos essa organização de jornalismo investigativo extraordinariamente detalhado e altamente profissional, era lógico que as duas classes de pessoas na Nigéria que estaríamos constantemente enfrentando seriam as elites políticas e as elites econômicas, disse Olojede. "Isso criou problemas instantaneamente para nós, porque os anunciantes ficaram assustados quando começamos a fazer investigações pesadas".

Elizabeth Green

Elizabeth Green

Essas são as mesmas perguntas que Elizabeth Green, fundadora e CEO da Chalkbeat, ponderou quando tentava encontrar um modelo econômico sustentável. Ela começou a Chalkbeat como uma organização sem fins lucrativos, na esperança de que isso provasse ser um financiamento mais seguro para sua ideia de uma organização de notícias local que informa sobre educação.

"A melhor maneira de obter dinheiro orientado para a sua missão não é arrecadar dinheiro comercialmente - é arrecadar dinheiro não comercialmente", disse ela.

Essa ideia decolou, juntamente com as reportagens locais da organização. Desde então, eles se expandiram para várias redações nos EUA e Green ampliou suas idéias de financiamento sustentável ao cofundar o American Journalism Project, que financia organizações de notícias cívicas.

Sarabeth Berman

Sarabeth Berman

A CEO do American Journalism Project, Sarabeth Berman, disse que a organização acredita que todas as comunidades merecem acesso a notícias locais de alta qualidade e incentivam veículos que sejam liderados por comunidades sub-representadas e servem a esse público a solicitar financiamento. A organização espera que o financiamento das organizações noticiosas feitas por e para vozes diversas ajude a criar um melhor cenário de mídia.

"Quando olhamos para o futuro, temos a oportunidade de construir uma mídia de interesse público que reflita mais a diversidade do nosso país", disse Berman.

A discussão foi liderada pela professora sênior da Columbia, Anya Schiffrin, que estudou profundamente como o dinheiro controla o setor de notícias. Para assistir ao debate completo, visite o canal do ISOJ no YouTube.

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