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Reconhecida jornalista Giannina Segnini fala sobre seus planos após deixar o La Nación da Costa Rica

O que fará agora a prestigiada jornalista Giannina Segnini após pedir demissão do jornal La Nación da Costa Rica?

Em 1994, Segnini inovou ao criar uma unidade de jornalismo de investigação centrada na coleta de dados e que ficou internacionalmente reconhecida. O Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ em inglês), destacou que “sob a liderança de Segnini, a equipe de investigação do La Nación informou sobre 10 casos de corrupção internacional, incluindo o escândalo de subornos da Alcatel e outro da Finlândia que enviou dois ex-presidentes da Costa Rica à prisão”.

Segundo o Tico Times, Segnini deixou o jornal no qual trabalhou por cerca de 20 anos pouco depois das eleições presidenciais de 2 de fevereiro na Costa RIca. A renúncia foi em reação à cobertura eleitoral do jornal e à decisão de não publicar uma pesquisa eleitoral elaborada pela empresa UNIMER.

Embora ainda não defina qual será seu próximo projeto, Segnini diz que quer continuar construindo uma ponte entre o jornalismo investigativo e a tecnologia, contando histórias relevantes e treinando jornalistas. Inclusive cogita que seu próximo projeto possa levá-la a mudar de país.

“Minha gasolina é isso. Às vezes a frustração é muita, mas quando vejo olhos brilhantes em cursos, isso devolve a esperança de que há gente que quer aprender e ainda te ensina”, disse Segnini em uma breve entrevista com o Centro Knight para o Jornalismo nas Américas, durante sua visita à Cidade do México, onde participou em uma conversa do projeto Chicas Poderosas.

As possibilidades que contempla são muitas, desde criar uma equipe multidisciplinar para projetos de investigação em veículos da região até se unir ao mundo acadêmico. Atualmente, Segnini faz apresentações na Escola de Jornalismo da Universidade de Columbia de Nova York durante as sessões de verão.

“Todas as cartas estão sobre a mesa. É uma viagem e estou na teoria do tobogã e me deixo ir porque só coisas boas podem vir”, afirmou.

Antes de partir, Segnini enviou uma carta à redação e à sua equipe no La Nación. “Este não é um momento para estarem tristes nem decepcionados nem frustrados porque meu tempo aqui se esgotou”, disse Segnini. Em sua carta de despedida, motivou os colegas a continuar fazendo jornalismo investigativo. “Vão felizes todos os dias a seus escritórios, pensem em temas loucos, diferentes, inovadores, enquanto escovam os dentes ou no caminho para o jornal”, sugeriu.

Em sua opinião, “perder a paixão pelo jornalismo é pior que perder um trabalho”.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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