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Repórteres sem Fronteiras alerta para perigo em que vivem jornalistas de veículos regionais no Brasil

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  • 10 outubro, 2012

Por Isabela Fraga

Motivada pelo assassinato do proprietário do Jornal da Praça, Luis Henrique Georges, na cidade de Ponta Porã (Mato Grosso do Sul), a organização Repórteres sem Fronteiras (RSF) alertou para a "elevada insegurança a que a profissão jornalística está exposta em certas regiões do país", noticiou a agência de notícias EFE.

Ocorrido às véspreas das eleições municipais do país, o assassinato de Georges chamou atenção para a situação em que vivem jornalistas de veículos administrados por políticos que, segundo a RSF, "são particularmente expostos a 'acertos de contas' por parte de ativistas políticos ou correligionários". Ainda não foi confirmado se o crime tem relação com a atividade do jornalista, que havia comprado recentemente, informou o portal UOL.

"O segundo turno de eleições acontecerá em 28 de outubro, e a maneira como a companha tem sido conduzida afeta a operação geral de vários veículos regionais no Brasil", acrecentou a RSF. A organização também fez referência à situação do repórter André Caramente, da Folha de São Paulo, que foi enviado pelo jornal a um lugar seguro após receber ameaças do ex-comandante de polícia Adriano Lopes Telhada. A RSF vê na situação do repórter um retrocesso na liberdade de expressão do país.

Georges foi o oitavo jornalista assassinado no país em 2012. Além dele, também foram mortos Laércio de SouzaMario Randolfo Marques LopesPaulo Roberto Cardoso RodriguesOnei de MouraDivino Aparecido CarvalhoDécio Sá e Valério Luiz de Oliveira. Segundo o Comitê de Proteção a Jornalistas (CPJ), o país ainda apresenta um índice de impunidade de 75%.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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