Este foi o pior semestre para jornalistas nas Américas nos últimos cinco anos, de acordo com a Sociedade Interamericana de Imprensa, SIP, informou a agência de notícias EFE. O assassinato de jornalistas e as diversas medidas que restrigem o acesso à informação são alguns dos motivos que provocaram esta situação, afirmou a entidade em sua Assembléia Geral que ocorreu em Denver (Colorado, EUA).
Numa carta dirigida ao presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, o procurador-geral Eduardo Montealegre e o diretor da Polícia Nacional, Rodolfo Palomino, RSF disse que a prisão de Gómez "não eliminou os riscos" que os quatro jornalistas Claudia López, Gonzalo Guillén, León Valencia e Ariel Ávila correm.
"Este apelo diz respeito não só à segurança física dos jornalistas, mas também, e acima de tudo, a uma resolução judicial das graves denúncias que trouxeram ao conhecimento do público no decurso do seu trabalho, ou seja, a infiltração perturbadora de certas áreas do aparelho do Estado por paramilitares e traficantes de drogas", disse a RSF.
As ameaças contra os jornalistas começaram há quatro meses, quando a Unidade Nacional de Proteção (UNP) informou acerca do plano para assassinar Guillén, Valencia e Ávila. Os três repórteres e López denunciaram as supostas ligações entre o governador de La Guajira, Juan Francisco 'Kiko' Gómez e o grupo criminoso liderado pelo traficante Marcos Figueroa.
Guillén, Valencia e Ávila foram em exílio temporário depois de receber as ameaças, disse a RSF. No dia 25 de setembro, a UNP, deu proteção policial e um veículo blindado aos quatro jornalistas depois de informar que a organização criminosa de Figueroa os tinha como alvo.
López decidiu deixar o seu país no dia 1 de Outubro. Gonzalo Guillén também partiu a 12 de Outubro.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.