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Três corpos encontrados na Colômbia podem ser de jornalistas equatorianos sequestrados e mortos na fronteira

Três corpos que podem ser dos dois jornalistas equatorianos e um motorista do jornal El Comercio foram encontrados na Colômbia, 88 dias depois de a equipe ter sido sequestrada perto da fronteira dos dois países.

(Reprodução da FLIP, grupo colombiano pela liberdade de imprensa que tem assistido as famílias dos jornalistas desaparecidos)

(Reprodução da FLIP, grupo colombiano pela liberdade de imprensa que tem assistido as famílias dos jornalistas desaparecidos)

Autoridades colombianas disseram que encontraram os corpos na cidade de Tumaco, no sudoeste do país, segundo o El Comercio.

Forças especiais do Exército e uma unidade especial de reféns encontraram os restos mortais de quatro pessoas e disseram que os corpos tinham várias roupas que os jornalistas usaram em um vídeo divulgado pouco antes de suas mortes, de acordo com o jornal colombiano El Tiempo. O jornal citou fontes dizendo que os corpos foram encontrados, com a ajuda de cães, em valas em um campo minado em uma área de floresta densa.

O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, confirmou a descoberta dos corpos via Twitter.

Familiares do fotógrafo Paúl Rivas, do jornalista Javier Ortega e do motorista Efraín Segarra realizaram uma coletiva de imprensa no dia 22 de junho, antes de voar para a Colômbia para identificar os restos mortais.

Durante a conferência de imprensa, os familiares pediram para ser notificados das atualizações no caso através de canais formais, em vez de através das mídias sociais.

"Os canais de comunicação direta entre os governos e as famílias da equipe de imprensa assassinada não estão funcionando", disse Ricardo Rivas, irmão de Paúl Rivas. "Ficamos sabendo sobre a descoberta dos corpos através do Twitter."

Rivas, Ortega e Segarra foram sequestrados em 26 de março, supostamente pela Frente Oliver Sinisterra, um grupo dissidente das FARC. O rapto aconteceu perto de um posto de controle militar na vizinha Mataje, no Equador, que fica perto da fronteira colombiana.

Os homens apareceram em um vídeo transmitido no canal colombiano RCN em 3 de abril, dizendo ao presidente equatoriano, Lenin Moreno, que os sequestradores os libertariam em troca de três detentos e o cancelamento de um acordo antiterrorismo entre os dois países.

Em 11 de abril, uma declaração assinada pela Frente Oliver Sinisterra anunciou que os homens estavam mortos. O comunicado dizia que os governos colombiano e equatoriano "não quiseram salvar a vida dos três reféns", realizando operações militares perto de onde eles estavam aprisionados. O ministro equatoriano do Interior, César Navas, disse que o país não estava realizando operações ofensivas na região de fronteira onde o grupo foi raptado e pediu ao governo colombiano que se abstivesse de realizar operações que afetariam a vida dos reféns, informou Infobae na época.

Moreno confirmou suas mortes em 13 de abril.

Apesar do clamor público para trazer os corpos de volta ao Equador, disseminado nas redes sociais com a hashtag #NosFaltanTres, e ofertas de grupos humanitários para recuperar os corpos, eles nunca voltaram para casa.

Em 15 de junho, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) realizou a primeira reunião de trabalho da Equipe Especial de Monitoramento, juntamente com familiares dos jornalistas e membros do Estado equatoriano e da sociedade civil. Entre os muitos objetivos está investigar o sequestro de jornalistas e combater quaisquer efeitos negativos que o caso possa ter sobre a liberdade de expressão no Equador, informou a Fundamedios. A equipe planeja ir à Colômbia em julho para iniciar as investigações, acrescentou.

Em uma entrevista coletiva em 21 de junho, o advogado equatoriano do caso disse que, após a identificação positiva dos corpos, eles iniciariam o processo de repatriação, segundo o El Comercio.

De acordo com El Tiempo, as autoridades estão atualmente realizando uma grande operação para capturar Guacho, o líder da Frente Oliver Sinisterra.

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