Em um ato público de desagravo esta semana, a Argentina reconheceu sua responsabilidade pela condenação do jornalista Eduardo Kimel, falecido em fevereiro deste ano, informou o Página 12. Kimel foi sentenciado em 1999 a um ano de prisão (a pena foi suspensa) e ao pagamento de uma indenização de US$ 20 mil por questionar a atuação de um juiz no processo que investigava o assassinato de cinco religiosos durante a ditadura militar (1976-1983). O magistrado processou o jornalista pelas críticas publicadas no livro "La Masacre de San Patricio", lançado em 1989.
O Fórum de Trabalhadores de Imprensa e Comunicação Social da província argentina de Missões condenou as agressões e ameaças de morte ao jornalista Daniel Villamea, do jornal El Territorio, e ao cinegrafista Aníbal Romero, do Canal 8, do município de Oberá, informou o site Territorio Digital.
A jornalista Leila Guerriero foi a vencedora na categoria texto do Prêmio Novo Jornalismo Ibero-americano, pela reportagem “O rastro dos ossos”, publicada pela revista Gatopardo. A matéria foi selecionada entre quase mil trabalhos, anunciou a Fundação Novo Jornalismo Ibero-americano (FNPI).
O ministro do Interior da Argentina, Florencio Randazzo, acusou a dona do Clarín, Ernestina Herrera de Noble, e seus dois filhos de “obstrução à Justiça”, por dificultarem a ação judicial para determinar se os irmãos são filhos de desaparecidos durante a ditadura (1976-1983), informou a Europa Press. O Banco Nacional de Dados Genéticos da Argentina afirmou esta semana que não pôde concluir o exame genético no material entregue pelos irmãos no processo que busca revelar seus verdadeiros pais biológicos, informou a AFP.
A Associação de Entidades Jornalísticas Argentinas (Adepa, na sigla em espanhol) publicou um comunicado denunciando uma série de ameaças e intimidações recentes a jornalistas no país. Reagir com violência à investigação de assuntos de interesse público já se tornou “um costume”, afirma o comunicado. Os casos citados são:
O Clarín, maior jornal da Argentina, publicou um editorial nesta terça-feira, 29 de junho, acusando o governo Cristina Kirchner de “agredir de forma sistemática a imprensa independente” e montar um “aparato de meios de comunicação privados e estatais para fazer propaganda de sua gestão”. O Clarín mantém uma relação conturbada com o atual governo.
O jornalista Alberto Leichner, da Rádio Las Parejas, foi ferido no rosto com balas de borracha disparadas por um policial no fim de um jogo de futebol na cidade argentina de Las Rosas, na província de Santa Fe. O policial atirou quando torcedores se descontrolaram e começaram a lançar objetos em direção ao árbitro e à polícia, relatou o Notiexpress. Segundo o site, Leichner foi levado a um hospital e uma das balas foi removida.
Dezenas de cartazes com palavras depreciativas contra o jornalista Juan Cruz Sanz, editor do jornal Clarín, apareceram nas ruas de Rio Gallegos, sua cidade natal, informou o próprio jornal.
Os jornais Clarín e La Nación, donos de 71,5% das ações da fábrica argentina de papel-jornal Papel Prensa, publicaram uma carta pedindo ao governo nacional que se retire do capital da empresa para que ela possa atender seus clientes “sem ingerência política”.
Em uma nova jornada de julgamento dos responsáveis pelos crimes cometidos durante a ditadura argentina (1976-1983), o editor geral do Clarín, Ricardo Kirschbaum, e a jornalista Magdalena Ruiz Guiñazú testemunharam sobre o desaparecimento de 22 pessoas num centro de detenção clandestino em Tucumán, em 1976 e 1977, informou o Clarín. Entre os desaparecidos estavam o jornalista Eduardo Ramos e sua esposa grávida.