Embora inicialmente vistos como uma ameaça, os jornalistas latino-americanos estão usando o ChatGPT e outras ferramentas baseadas em IA em seus processos de redação, tradução, edição, análise de dados e geração de ideias. Os resultados fornecidos pelos serviços, no entanto, podem não ser confiáveis e exigir verificação humana.
Diferentes iniciativas jornalísticas ou relacionadas ao jornalismo apresentaram seus avanços, aprendizados e projetos futuros durante um painel intitulado "Sessão relâmpago: lições e casos inovadores" no 16º Colóquio Ibero-americano de Jornalismo Digital, em 16 de abril
Em vez de se preocupar em serem substituídos por ferramentas generativas de IA como o ChatGPT, os jornalistas deveriam experimentar e explorar o que tal tecnologia lhes permite fazer melhor em seu trabalho, disseram especialistas em IA durante o painel "Como o jornalismo pode incorporar IA, incluindo ferramentas generativas como o ChatGPT e o Bard, para melhorar a produção e distribuição de notícias?" no primeiro dia do ISOJ 2023.
Devido ao viés racial e cultural existente nas ferramentas de inteligência artificial, jornalistas do Grupo Octubre (Argentina), El Surtidor (Paraguai) e GMA News (Filipinas) criaram a Image2Text, uma plataforma de visão computadorizada que busca agregar contexto do Sul Global à tecnologia de reconhecimento de imagem.
Representantes do elTOQUE, Periodismo de Barrio (Cuba), Gato Encerrado (El Salvador) e Ciencia del Sur (Paraguai) participam pela primeira vez da Academia de Jornalismo AI para Pequenas Redações, onde buscarão aplicar inteligência artificial em áreas como análise grande quantidade de dados, a verificação do discurso e o relacionamento com seus públicos.
Jornalistas baseadas na Argentina foram selecionadas em um programa sobre como cobrir o impacto dos algoritmos na sociedade, enquanto veículos de Argentina, Brasil, México e Paraguai participam de um desafio colaborativo para desenvolver ferramentas de inteligência artificial que potencializem o trabalho dos jornalistas.
Membros de La Nación, Data Crítica, CLIP e Bloomberg News desenvolveram um fluxo de trabalho que busca ajudar jornalistas com pouco conhecimento tecnológico a identificar indicadores visuais em imagens de satélite e desenvolver investigações jornalísticas com base neles.
Uma equipe de profissionais de La Nación, Ojo Público, CLIP e MuckRock desenvolveu um protótipo de ferramenta que visa facilitar o uso da aprendizagem automática e do processamento de linguagem natural para a análise e classificação de documentos para jornalistas sem um amplo conhecimento de programação.
O Monitor de Discurso Político Misógino, desenvolvido por jornalistas de AzMina, Data Crítica, La Nación e CLIP, detecta discursos de ódio contra mulheres na internet em espanhol e português por meio de um modelo de Processamento de Linguagem Natural.
Como parte de sua participação na iniciativa Collab Challenges 2021, La Nación (Argentina), Data Crítica (México), AzMina (Brasil), CLIP (Costa Rica) e Ojo Público (Peru) desenvolveram projetos que buscam colocar a análise automatizada de documentos, imagens e linguagem a serviço do jornalismo investigativo.
No seu nono aniversário, o programa Cursos de Jornalismo do Centro Knight para Jornalismo nas Américas, que oferece treinamento online massivo para jornalistas, está celebrando um novo marco: atingiu mais de 260.000 alunos de mais de 200 países e territórios.
Embora o potencial da IA seja amplo, e a região esteja ávida por conhecimento sobre o assunto, sua implementação é escassa, diz relatório do Centro Latinoamericano de Investigación Periodística (CLIP), International Media Support (IMS) e The Fix