Depois de o jornal The New York Times publicar uma investigação revelando o uso de malware para infectar dispositivos eletrônicos de jornalistas e críticos da administração do presidente Enrique Peña Nieto, um grupo de jornalistas e defensores dos direitos humanos no México denunciou ter sido vítima de espionagem por parte de agências do governo daquele país.
O assassinato do premiado jornalista mexicano Javier Valdez, no dia 15 de maio, foi a gota d'água para o sindicato de jornalistas do país, considerado um dos mais periogosos para exercer o jornalismo no mundo.
O jornalista mexicano Salvador Adame Pardo (45) está há quase um mês desaparecido, após ter sido sequestrado por um grupo de homens armados no dia 18 de maio, na cidade de Nueva Italia, município de Múgica, em Michoacán.
João Miranda do Carmo, do Brasil, e Marcos Hernández Bautista, do México, estão entre os 14 nomes adicionados no dia 5 de junho ao Memorial dos Jornalistas no Newseum, em Washington, D.C.
O jornalista mexicano Martín Méndez Pineda, que buscava asilo político nos EUA, retornou voluntariamente ao México depois de passar 100 dias no centro de detenção da Imigração e Fiscalização Aduaneira (ICE na sigla em inglês), de acordo com a Repórteres sem Fronteiras (RSF).
Como muitos jornalistas perceberam, a morte do repórter mexicano Javier Valdez, no dia 15 de maio, foi diferente dos assassinatos de outros colegas do país.
Salvador Adame Pardo, jornalista e dono do canal de televisão mexicano 4TV, foi sequestrado na tarde de 18 de maio no estado de Michoacán, no México.
Quando Miroslava Breach foi morta em Chihuahua no dia 23 de março deste ano, seu colega Javier Valdez escreveu no Twitter “No Al Silencio” (Não ao Silêncio), rejeitando a censura e a violência contra a imprensa em seu país. Depois que o próprio Valdez foi assassinado, outros jornalistas têm usado as mesmas palavras para continuar a luta do colega.
O jornalista mexicano Martín Méndez Pineda (26), que viajou para os Estados Unidos para pedir asilo político por temer por sua vida, está detido há mais de 100 dias em centros da ICE (Immigration and Customs Enforcement).
Sete jornalistas nacionais e internacionais sofreram agressões e tiveram pertences e equipamentos de trabalho roubados por uma suposta gangue local de criminosos do estado de Guerrero, no sul do México, no último sábado, dia 13 de maio, conforme informaram diversos meios do país.
O jornalista Javier Valdez foi morto em Sinaloa, no México, no dia 15 de maio de 2017.
Após o chamado do Comitê para Proteção dos Jornalistas (CPJ) para que o Governo do México tome medidas mais severas para acabar com a impunidade na violência contra jornalistas, o presidente do país, Enrique Peña Nieto, se comprometeu a fazer do tema uma das prioridades do restante de sua administração.