Responsáveis pela investigação "Exército Espião" não descartam recorrer a instâncias internacionais atrás de justiça para vítimas do spyware Pegasus no México, após revelarem que a espionagem de jornalistas e ativistas naquele país aconteceu a partir de um centro secreto de inteligência militar e com o conhecimento do secretário de Defesa.
Pelo menos seis jornalistas foram vítimas de roubo, intimidação e impedimentos para trabalhar por parte de membros do crime organizado durante a onda de violência desencadeada no dia 5 de janeiro na capital do estado de Sinaloa, após a prisão de Ovidio Guzmán, filho de “El Chapo”.
A criação de conteúdo jornalístico para empresas e a cobertura paga de eventos são alternativas pelas quais os meios de jornalismo investigativo Revista Espejo e Red Es Poder, localizados em estados com alta criminalidade no México, conseguem compensar a falta de publicidade resultante do medo das marcas de anunciar em meios de notícias que cobrem criminalidade e corrupção.
Uma investigação forense e jornalística encontrou evidências de espionagem com o spyware Pegasus contra o jornalista Ricardo Raphael e um colega do Animal Político pelo Exército mexicano, uma instituição que viu seu poder crescer consideravelmente durante o governo de López Obrador.
O jornalista Luis Horacio Nájera, que fugiu do México devido a ameaças do crime organizado, contou à LJR como, após 14 anos de exílio no Canadá, tem que trabalhar fazendo limpeza ao mesmo tempo em que enfrenta o desafio de escrever suas memórias.
O jornalista britânico Ioan Grillo, que será homenageado no Prêmio Maria Moors Cabot de 2022, conta como, através do jornalismo, tem sido capaz de dizer ao mundo o que está por trás da violência do tráfico de drogas no México, com três livros e centenas de reportagens publicadas na mídia internacional.
A morte de Fredid Román eleva para 15 o número de jornalistas assassinados no México em 2022. Enquanto organizações como ONU, CPJ e SIP condenam os crimes, o governo de López Obrador nega o clima de violência contra a imprensa e até se constitui como a principal origem das agressões, de acordo com um relatório da Artigo 19.
O que começou como uma briga entre grupos criminosos rivais terminou em ataques à população que resultaram na morte de quatro funcionários do grupo MegaRadio. Os assassinatos, considerados por organizações como uma forma de desestabilização social, fizeram com que a estação paralisasse temporariamente sua transmissão.
Para a jornalista mexicana Laura Castellanos, “é transcendental que o jornalismo latino-americano esteja consciente de sua responsabilidade de cobrir com uma perspectiva feminista a crise civilizatória e planetária que dilacera a região”. Ela é uma das ganhadoras do prêmio Maria Moors Cabot 2022 e falou sobre seu trabalho cobrindo a violência estrutural em seu país em entrevista à LatAm Journalism Review.
Por Sara Mendiola* Esta é a quarta reportagem de uma série sobre investigação e julgamento de casos de violência contra jornalistas na América Latina.** Em 23 de março de 2017, a jornalista Miroslava Breach Velducea foi assassinada quando saía de casa na cidade de Chihuahua, no norte do México. Breach foi repórter do jornal […]
Investigações jornalísticas frequentemente desvelam ilegalidades e injustiças e contribuem para a garantia e o acesso a direitos. No caso das desigualdades de gênero, o jornalismo investigativo também tem um papel crucial. Uma universidade no México busca suprir a lacuna da formação neste tema por meio de um curso online em jornalismo investigativo com perspectiva de gênero.
O que acontece no mar tem um impacto direto na vida das pessoas fora dele. Ainda mais no México, que tem um litoral com extensão de mais de 11 mil quilômetros e onde há pelo menos 150 municípios costeiros. É por isso que a organização mexicana Causa Natura lançou a Repemar, iniciativa que busca articular jornalistas interessados em questões marinhas, oferecer apoio, acompanhamento, capacitação e oportunidades de financiamento.