O assédio de governos contra o jornalismo tem se convertido numa tendência em países da América Latina, com governantes usando em muitos casos a força das instituições do Estado, como a Justiça e a polícia, para desacreditar e até mesmo calar a imprensa.
O ranking mundial de liberdade de imprensa da ONG Repórteres sem Fronteiras (RSF) confirmou uma tendência percebida na América Latina: uma piora geral nas condições para o exercício do jornalismo no continente. Dos 24 países da região analisados, 19 perderam pontos no levantamento da RSF.
As manifestações são um marco no país, porque, depois delas, o regime nicaraguense e apoiadores do partido governista, a Frente Sandinista de Libertação Nacional, se voltaram contra a imprensa e opositores.
Os governos de vários países latino-americanos contra-atacaram depois que o Departamento de Estado dos EUA divulgou seu relatório sobre as práticas de direitos humanos em todo o mundo, incluindo comentários sobre a liberdade de expressão e de imprensa. No entanto, grupos de liberdade de imprensa e jornalismo comemoram a divulgação em países criticados por ataques e restrições a jornalistas.
Em solidariedade aos jornalistas independentes que continuam a denunciar, investigar e informar a sociedade nicaraguense, 470 jornalistas de 40 países assinaram uma carta contra a repressão do governo.
Em sua missão de documentar os acontecimentos, muitos fotojornalistas latino-americanos sofrem ataques ou prisões por parte da polícia.
O governo de Daniel Ortega aumenta a repressão contra a imprensa crítica por meio da polícia e do sistema judicial
Levantamento mostra o crescimento do número de leis e projetos de lei que coíbem e punem a desinformação na internet em países da América Latina. Especialistas alertam para o risco de censura e autocensura de jornalistas.
A La Costeñísima é um exemplo de como a imprensa independente tenta sobreviver no país diante da perseguição do regime autoritário do presidente Daniel Ortega
Carlos Fernando Chamorro, diretor da revista Confidencial na Nicarágua, e Carlos Dada, co-fundador de El Faro em El Salvador, conversaram com María Teresa Ronderos, diretora do CLIP, sobre como fazer jornalismo em ambientes hostis e qual é o papel da imprensa durante a 13º Colóquio Ibero-Americano de Jornalismo Digital.