O presidente venezuelano Nicolás Maduro acusou o governo norte-americano de representar a Venezuela negativamente e de participar em um complô para derrubar o governo, publicou Bloomberg.
Vinte jornalistas foram agredidos e 11 foram presos durante os protestos ocorridos em várias cidades da Venezuela na semana passada, segundo informou o Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa (SNTP) em um comunicado publicado a 16 de fevereiro.
Após o fechamento de vários veículos, centenas de profissionais e estudantes de jornalismo realizaram em 28 de janeiro uma marcha na capital da Venezuela para exigir do governo a venda de divisas para a compra de papel-jornal e fizeram um chamada para ocupar as ruas de Caracas até conseguir que o governo resolva a situação, informou o El Nacional.
Desde 2003 existe na Venezuela um sistema de controle de divisas que impede as empresas de importar certos produtos sem a autorização do Estado. Em 2012, o papel-jornal, que não se produz no país, ingressou na lista de produtos não prioritários, tornando-se assim um produto que exige que os jornais peçam divisas para poder importá-lo.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fez um discurso no dia 10 de dezembro no qual pediu um boicote a vários diários do país após acusá-los de terem distorcido os resultados das eleições municipais do fim de semana anterior, informou o Instituto Imprensa e Sociedade.
O jornalista do diário americano The Miami Herald Jim Wyss contou como foi o período de 48 horas que passou preso pelas autoridades venezuelanas em uma nota publicada na terça, 12 de novembro.
A prisão por mais de sete horas de três repórteres venezuelanos pela Polícia Militar no último dia 2 de novembro continua sendo repudiada por comunicadores após ficar público que o Governo havia convocado os jornalistas ao local onde foram detidos.
Até novembro deste ano já foram registrados 71 casos de censura a jornalistas e meios de comunicação na Venezuela, 87% a mais do que o mesmo período do ano passado, segundo diversas organizações venezuelanas defensoras da liberdade de expressão e do livre acesso à informação que discursaram em 31 de outubro sobre a situação venezuelana na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) em seu 149° Período de Sessões.
Este foi o pior semestre para jornalistas nas Américas nos últimos cinco anos, de acordo com a Sociedade Interamericana de Imprensa, SIP, informou a agência de notícias EFE. O assassinato de jornalistas e as diversas medidas que restrigem o acesso à informação são alguns dos motivos que provocaram esta situação, afirmou a entidade em sua Assembléia Geral que ocorreu em Denver (Colorado, EUA).
A criação de um novo órgão de inteligência na Venezuela que tem, entre outros poderes, a capacidade para declarar qualquer informação como “reservada” ou “confidencial” gerou preocupação entre diferentes organizações nacionais e internacionais, de acordo com diferentes veículos de comunicação.