Por Diego Cruz
Três jornalistas foram agredidos no estado mexicano de Sinaloa no domingo, 2 de março, depois da polícia municipal tentar dispersar manifestantes que apoiavam o narcotraficante Joaquín "El Chapo" Guzmán, informou o jornal El Informador.
Os protestantes, em torno de mil pessoas, foram convocados no domingo à tarde no entorno da Capela de Jesús Malverde, o suposto "santo" dos narcotraficantes, localizada perto do Palácio do Governo em Culiacán, de acordo com a RadioFormula. Mais de 20 unidades da polícia municipal tentaram dispersar os manifestantes, que se dividiram em vários grupos pela cidade. Também houve uma marcha na cidade de Guamúchil e ao menos 216 pessoas foram detidas esse dia pela polícia, segundo El Universal.
Em Culiacán, a polícia tomou o telefone celular de uma cinegrafista amadora, que o havia utilizado para gravar a ação policial contra os manifestantes. Durante este mesmo protesto, um fotojornalista foi ferido pela polícia depois de tentar fotografar as cápsulas das balas disparadas para cima pelos policiais para dispersar a marcha. Segundo ele, os policiais o agrediram e disseram que ele seria morto.
Um terceiro repórter, Sergio Lozano García, foi agredido em Guamúchil enquanto tirava uma foto de policiais prendendo um jovem durante a marcha. Ao perceberem que haviam sido fotografados, os oficiais pediram a Lozano García seu equipamento. Um policial tomou a câmera e a danificou, segundo o El Debate. Lozano García disse que os policiais sabiam que era jornalista, já que anteriormente havia falado com eles e inclusive tirado fotografias que eles haviam pedido.
Os enfrentamentos ocorreram após a polícia pedir aos manifestantes para que se retirassem já que "a manifestação era contrària à lei ao fazer apologia ao crime" de Guzmán, informou a agência Associated Press. Esta foi o segundo protesto a favor do narcotraficante Guzmán. Em 26 de fevereiro, cerca de 2 mil pessoas se manifestaram em Culiacán, que havia sido um centro de poder do Cartel de Sinaloa, liderado por Guzmán, de acordo com o jornal digital Infobae.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.