Um locutor de rádio e o diretor de uma emissora da República Dominicana foram assassinados na manhã de 14 de fevereiro na cidade San Pedro de Macorís. Segundo a agência de notícias EFE, um homem armado entrou no lugar e começou a disparar diversas vezes. Já meios de comunicação locais disseram que foram dois homens.
Um vídeo transmitido pelo Facebook Live em uma página que parece ser do jornalista Luis Manuel Medina supostamente mostra os seus últimos minutos de vida. O locutor transmitia o seu programa "Milenio Caliente" quando se escutam barulhos que parecem ser de tiros. Alguns segundos depois se ouve a voz de uma pessoa gritando “tiros, tiros, tiros!”, e a transmissão é interrompida.
Além do programa "Milenio Caliente", Medina também fazia parte da equipe de jornalistas esportivos de um time de beisebol, segundo um ex-prefeito da cidade, publicou o jornal El Caribe.
O Colégio Dominicano de Periodistas (CDP) informou que no ataque também foi assassinado Leo Martínez, diretor da emissora FM 103, que se aproximou do estúdio ao ouvir os disparos. Nesse momento, o criminoso teria atirado em Martínez, afirmou o CDP. Os dois jornalistas morreram no local. A secretária da rádio também ficou ferida durante o tiroteio, mas conseguiu ser levada para o centro de saúde, de acordo com o CDP.
Olivo De León, presidente do CDP, condenou os crimes e fez um apelo às autoridades “para que disponham de todo o esforço necessário para descobrir o paradeiro do assassino, levá-lo à Justiça e aplicar todo o peso da lei”, segundo um comunicado publicado no seu perfil do Facebook.
Os motivos do crime ainda não foram determinados, publicou o portal Acento.
A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, da sigla em espanhol) condenou os crimes e lamentou “a tragédia que envolve a família jornalística dominicana”, segundo uma nota.
Roberto Rock, presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação da SIP, instou as autoridades a “esclarecer os assassinatos para conhecer as suas causas e levar os responsáveis à Justiça para evitar que a impunidade proteja os que querem continuar gerando violência contra a imprensa”.
O crime ocorre um dia depois da celebração do Dia Mundial da Rádio. Nesta data, a organização Repórteres Sem Fronteiras informou que dos 17 jornalistas assassinados em 2016 na América Latina, 10 eram radialistas.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.