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14 jornalistas latino-americanos aparecem na lista de 100 Heróis da Informação da RSF

Por Samantha Badgen

Em reconhecimento pelo Dia Mundial da Liberdade de Imprensa em 3 de maio, 14 jornalistas, blogueiros e comunicadores do México, Colômbia, Brasil, Chile, Cuba, Guatemala, Honduras, Haiti e Peru apareceram na lista “100 heróis da informação” publicada pela Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

Segundo a organização defensora da liberdade de expressão e informação, esta homenagem, longe de ser uma lista exaustiva, tenta celebrar todos os heróis da imprensa por sua contribuição na luta pela liberdade, fazendo referência ao artigo 19 da Declaração Universal de Direitos Humanos que destaca “investigar e receber informações e opiniões, e difundí-las, sem limitação de fronteiras, por qualquer meio de expressão”.

Ameaças, sequestros, prisão e agressão policial são as principais condições que caracterizam a lista de profissionais de 25 a 75 anos, de países democráticos, em conflito ou com governos autoritários ao redor do mundo.

Integrando esta lista pelo México está Lydia Cacho, por suas reportagens sobre pedofilia e exploração sexual, e Anabel Hernández, por sua investigação de casos de corrupção e narcotráfico, publicada no livro “Los Señores del Narco”. Também por este país aparece a jornalista independente do canal “France 24”, Verónica Basurto, que por suas investigações teve que passar uma temporada de exílio na Espanha.

Representando o Chile está Mireya Manquepillán, indígena mapuche que promoveu a partir de suas emissões piratas da rádio comunitária “Kimche Mapuche”, a concessão –ainda em trâmite- de 30 novas licenças de rádio. Outra chilena considerada heroína é María Pía Matta, que por mais de vinte anos vem reforçando a comunicação social entre as comunidades locais a partir da emissora de rádio independente “Radio Tierra”.

Em Cuba se destaca o trabalho dos blogueiros Ángel Santiesteban Prats, condenado a cinco anos de prisão por criticar o presidente Raúl Castro, e da influente Yoani Sánchez, que sofre constantemente ataques informáticos e perseguição judicial.

Também é reconhecido o trabalho de Dina Meza em Honduras, apresentadora do programa “Voces contra el Olvido” e editora do site “Defensores en Línea”, e de Itsmania Pineda Platero, membro fundador da ONG Xibalba Arte e Cultura, cuja especialidade é reabilitar jovens condenados.

Da Colômbia aparece a jornalista Claudia Duque, que apesar de ter sofrido torturas do Departamento Administrativo de Segurança, continua suas reportagens na emissora digital “Radio Nizkor”.

Também é lembrado Lúcio Flávio Pinto do Brasil, que apesar de trinta processos judiciais contra ele, segue suas investigações sobre tráfico de drogas, desflorestamento e corrupção.

Do Peru é citada Mabel Cáceres, fundadora do semanário “El Búho”, que informa sobre a “corrupção endêmica” que há no país, herdada do governo do presidente Alberto Fujimori (1990-2000).

Da Guatemala, Ileana Alamilla é reconhecida por seu trabalho no Centro de Reportes Informativos sobre Guatemala (Cerigua), que fundou do exílio em 1983, para criar consciência e informar sobre os crimes cometidos contra a população.

Em comemoração ao Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, diversas organizações internacionais, além da RSF, fizeram tributos à coragem do trabalho jornalístico no mundo. Entre estas prestigiosas instituições estão a UNESCO, a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), Artigo 19, entre outras.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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