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Cuba inicia nova onda de repressão a jornalistas independentes, denunciam organizações

libertação de todos os jornalistas dissidentes presos em Cuba, nos último meses, gerou expectativas sobre um possível abrandamento das estritas políticas de censura e tolerância zero à oposição mantidas pelo governo do país há mais de 50 anos. No entanto, organizações de defesa da liberdade de expressão denunciam uma nova onda de repressão aos profissionais de imprensa da ilha, informaram agências internacionais.

Repórteres Sem Fronteiras (RSF) e o Comitê Para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) recentemente publicaram relatórios segundo os quais "as autoridades cubanas ainda perseguem os jornalistas independentes com prisões arbitrárias, agressões e intimidações".

No relatório "Após a Primavera Negra, nova onda de repressão em Cuba", o CPJ afirma que, embora as "autoridades falem de reformas política e econômica e prometam o lançamento do serviço de internet de alta velocidade para o próximo verão na ilha (...), o governo (...) não abandonou suas práticas restritivas com o objetivo de reprimir o livre fluxo de informação".

Em abril de 2011, poucas semanas após a libertação do último jornalista dissidente preso, repórteres independentes denunciaram novas tentativas de intimidação, antes e durante o Congresso do Partido Comunista.

Entre os métodos utilizados para cercear o jornalismo crítico, o CPJ menciona "prisões arbitrárias, detenções de curto prazo, agressões, campanha para desacreditar os profissionais, perseguições e sanções sociais", explicou a agência DPA.

De acordo com o relatório da RSF, a repressão agora está focada nos serviços de informação pela internet, como o Hablemos Press. O centro de informação, com contas no Twitter e no Facebook, conta com a colaboração de estrangeiros para existir. Seus repórteres têm sofrido agressões e ameaças.

De fato, o diretor do Hablemos Press, Roberto Jesús Guerra Pérez, disse à RSF que, durante o Congresso do Partido Comunista, em abril, agentes de segurança do Estado proibiram os jornalistas de sair de casa. “É uma guerra psicológica. Com ameaças de morte, incitações para deixarmos o país com nossas famílias, incessantes detenções e interrogatórios, às vezes de mais de quatro horas, tentam nos calar”.

A RSF e o CPJ fizeram uma lista dos repórteres detidos ou agredidos e pediram às autoridades cubanas que parem de prender, agredir, vigiar e difamar jornalistas e blogueiros independentes, além de acabar com as restrições ao acesso à internet.

Diante desse panorama, o CPJ destaca a "vibrante blogosfera" cubana, com mais de 40 blogs jornalísticos críticos, liderada pela premiada Yoani Sánchez e seu blog, o Generación Y.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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