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GlobalGirl Media busca empoderar uma nova geração de meninas brasileiras com programa de treinamento de mídia

Por Lorenzo Holt

GlobalGirl Media (GGM), uma organização dos EUA dedicada a empoderar jovens mulheres pela mídia, está buscando financiamento para uma nova iniciativa em São Paulo, Brasil. O programa foca nos vínculos entre sexualidade e tecnologia e tem por objetivo fornecer a meninas um canal para expressar suas opiniões por meio do jornalismo.

“Aqui no Brasil não temos muitas mulheres que estão se tornando cineastas e jornalistas, especialmente de regiões periféricas, e [a GGM] é uma oportunidade de acessar esse espaço", disse Betty Martins, diretora do programa da GGM Brasil.

Embora ainda esteja em seus estágios preliminares, o projeto vai oferecer a 10 meninas, entre 15 e 17 anos, a formação em jornalismo e meios audiovisuais através de um programa-piloto de 3 meses. As meninas serão selecionadas de escolas públicas de periferia de São Paulo, com base em seu potencial para contribuir para uma equipe com interesses diversos.

Ao final do programa, as meninas terão produzido um mini-documentário. Martins espera que as ferramentas, o treinamento e o espaço fornecidos atraiam mais meninas para o programa, e que, se a iniciativa for bem sucedida, ela se espalhe para outros países da América Latina

"Estamos dando treinamento de mídia para começar, mas a idéia é estabelecer plenamente a GGM para que as meninas possam continuar a produzir materiais e discutir questões que considerem essenciais", disse Martins. "A distribuição será feita com a ajuda de nossos parceiros de mídia e queremos que o debate vá além do projeto."

A GGM fechou parcerias com quatro organizações locais brasileiras com experiência no gerenciamento de projetos semelhantes para fornecer apoio e treinamento, de acordo com Martins.

Énois, primeira escola livre de jornalismo para juventude do Brasil, vai fornecer ao projeto a sede para as oficinas técnicas, bem como as instruções e equipamentos necessários. ECOS, uma ONG sobre direitos sexuais e reprodutivos, vai fornecer ajuda fiscal e experiência em educação sexual. Instituto Quero e Nós são os dois outros parceiros que vão assegurar a educação na produção de documentários, oficinas de alfabetização de mídia e análise crítica de mídia.

"Trabalhamos com diferentes organizações porque queríamos que as meninas tivessem oficinas de jornalismo e meios de comunicação, mas também conhecessem mulheres interessantes que as ajudassem a desconstruir o que significa ser uma garota na sociedade em que vivemos", disse Martins. "Não é apenas sobre treinamento de mídia; queremos que elas fiquem expostas a novas ideias. "

De acordo com Martins, as jovens brasileiras precisam ter uma melhor compreensão de seu lugar dentro da cultura, seus direitos e os riscos que enfrentam - especialmente quando se trata de tecnologia. Ela disse que questões como bullying ou vingança cibernética - por exemplo, quando um namorado posta fotos nuas de sua ex-namorada online - não são devidamente tratadas nas escolas ou na sociedade em geral.

"Mulheres e meninas devem estar autorizadas a explorar sua sexualidade; não é culpa delas se um homem cometeu abusos ... se suas fotos de repente acabam on-line porque um ex-namorado postou", disse Martins. "Ao dizer 'não use seu telefone celular para explorar sua sexualidade, ou seja cuidadoso', você não está realmente lidando com a questão mais profunda, que é a violência de gênero e sexualidade."

GGM tem programas de treinamento nos EUA, Marrocos, África do Sul e Kosovo.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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