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Grupos de comunicação de El Salvador condenam assassinato de jornalista e exigem lei de proteção para a categoria

Associações de jornalistas salvadorenhas disseram que o recente assassinato do jornalista de rádio Nicolás Humberto García está diretamente relacionado a seu trabalho. As associações fizeram um chamado ao governo para realizar uma investigação exaustiva do crime e implementar medidas para proteger os comunicadores.

García, que trabalhava na emissora de rádio comunitária Expressa, em Tacuba, no estado de Ahuachapán, El Salvador, foi assassinado por pistoleiros em 10 de março durante a noite, enquanto caminhava até o seu trabalho, informaram várias associações de comunicação salvadorenhas em um comunicado de imprensa.

@apeselsalvador @arpassv @redcosv se pronuncian contra asesinato de comunicador comunitario de Tacuba Nicolás García pic.twitter.com/FeZW4mVFMV

— Angélica Cárcamo (@Anxelique) 17 de marzo de 2016

Tal comunicado foi difundido em 17 de março, depois de uma coletiva de imprensa convocada nos escritórios da Associação de Jornalistas de El Salvador (APES). O documento foi assinado pela APES, pela Associação de Rádios e Programas Participativos de El Salvador (ARPAS), pela Associação de Estudantes de Jornalismo (AEP), e pelo Coletivo de Comunicação Popular.

No release de imprensa, as organizações reafirmaram que García, de 23 anos, “morreu por causa de seu trabalho como comunicador".

Segundo o comunicado, García foi morto porque "se recusou a pertencer a quadrilhas criminais e deixar que a rádio fosse utilizada por esses grupos, além de manter um espaço de rádio para a polícia comunitária; estas ações motivaram as ameaças contra ele”.

A polícia também destaca os delinquentes como os responsáveis pelo assassinato, mas até o momento ninguém foi preso, segundo o La Prensa Gráfica.

Além disso, as associações pediram ao Procurador Geral para realizar uma investigação exaustiva do incidente, para haver maior presença da Polícia Nacional Civil na área para garantir a segurança dos comunicadores, e para a Assembleia Legislativa aprovar uma lei para proteger os jornalistas.

Serafín Valencia, presidente da APES, disse na coletiva de imprensa de 17 de março que foram documentados pelo menos três assassinatos de jornalistas nos últimos 12 meses, segundo a conta de Twitter da organização. De acordo com APES, os outros jornalistas foram Luis Alonso Rosa y José Manuel González.

Rosa, um comentarista de esportes, foi assassinado em San Miguel em abril de 2015. González, coordenador de comunicação social na Universidade Centroamericana, foi assassinado em dezembro de 2015.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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