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ONU e OEA criticam total falta de punição para ataques contra a imprensa no México

Os relatores para a liberdade de expressão das Nações Unidas (ONU) e da Organização dos Estados Americanos (OEA) criticaram a falta de ação do governo mexicano para combater e punir os crimes contra a imprensa. Durante a apresentação do relatório Liberdade de Expressão no México, tanto a ONU, como a OEA destacaram que o México é o país onde mais se registram casos de violência contra jornalistas nas Américas - e ocupa o quinto lugar no ranking mundial, segundo a EFE.

“Parece que o governo e as autoridades de segurança simplesmente não reagem, gerando, assim, um ambiente de mais hostilidade contra os jornalistas e de maior risco”, disse Frank La Rue, relator da ONU.

Apenas em 2011, 13 jornalistas foram assassinados no México, de acordo com a Associated Press. Desde 2000, 70 profissionais foram mortas e 13 continuam desaparecidos, segundo diversas organizações jornalísticas.

A criação da Promotoria Especial de Atenção a Crimes contra a Liberdade de Expressão, ligada à Procuradoria-Geral da República (PGR), foi um passo importante, mas, seis anos depois, não resultou em punição para os responsáveis por ataques contra jornalistas, afirmou o blog Avance MX. Segundo os relatores, a promotoria não tem recursos nem pessoal para operar adequadamente.

"Não conhecemos decisões exemplares" por parte do governo para deter a violência contra jornalistas no México, disse Catalina Botero, relatora para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).

“Proteger a liberdade de expressão não só é compatível com a luta contra o crime, como é um elemento essencial desta luta, na medida em que, no exercício dessa liberdade, se denunciam as atividades criminosas", acrescentou Botero, de acordo com a AFP.

La Rue também repudiou a lei do estado de Veracruz que pune a divulgação de falsos rumores em redes sociais e outros meios de comunicação de massa. “É muito importante o caráter informativo que a utilização de um blog ou de um tweet pode ter no país. (É importante) não cair na tentação de penalizar e criminalizar essas formas de expressão”, disse o relator, conforme a CNN México.

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