No marco das comemorações pelo Dia do Jornalista na Colômbia, no último sábado, 9 de devereiro, a Fundação para a Liberdade de Imprensa (FLIP) publicou seu informe “Das balas aos expedientes. Informe sobre o estado da liberdade de imprensa na Colômbia durante 2012”.
A FLIP chamou atenção para as 158 agressõoes diretas contra jornalistas em exercício de sua profissão que aconteceram no país em 2012.. Essas agressões incluem a morte do jornalista Guillermo Quiroz, pela qual um policial foi acusado de homicídio culposo, a ameaça coletiva a 10 jornalistas em Santa Marta (norte do país), o exílio de um comunicador e a extradição de seis repórteres.
Embora, para a FLIP, a situação na Colômbia não seja tão delicada como em outras regiões (a exemplo do México, Honduras ou Brasil), a organização afirmou que o país continua sendo um dos mais perigosos para o jornalismo.
Essa situação se torna mais grave pelos altos índices de impunidade nas investigações. Em 2012, dois casos prescreveram, ou seja, o tempo para realizar as investigações terminou. Isso significa que, dos 144 casos de jornalistas assassinados desde 1977, 59 já prescreveram.
No entanto, a organização reconheceu os avanços em casos como a agressão e abuso sexual contra a jornalista Jineth Bedoya, que foi declarado crime contra a humanidade (imprescritível), e os casos de Orlando Sierra e Jaime Garzón, ambos assassinados e cujos casos estão em julgamento.
O caso do jornalista Luis Agustín González, condenado por injúria após a publicação de um editorial, foi o caso mais visível de agravamento do assédio judicial contra jornalistas.
De sua parte, a Federação Colombiana de Jornalistas (Fecolper) também apresentou seu informe que, embora tenha reportado 135 agressões, coincidiu com a FLIP em relação aos obstáculos que mais afetam os jornalistas do país, como o assédio judicial, a violência por parte de grupos armados e a impunidade, entre outros.
Durante as comemorações, também chamou-se atenção para um dos trabalhos jornalísticos premiados pelo Círculo de Jornalistas de Bogotá, que mostrou como alguns repórteres da cidade de Cali têm que sobreviver vendendo pautas, uma vez que não têm salário. Ouça o trabalho “Jornalismo pré-pago, encomendado e indigno” da emissora RCN.
Para leer o informe completo da FLIP, clique aqui.
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.