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Pablo Medina, jornalista paraguaio assassinado em 2014, é homenageado em monumento do Newseum nos EUA

O nome do jornalista paraguaio Pablo Medina, assassinado enquanto realizava uma cobertura jornalística em outubro de 2014, foi acrescentado ao Monumento para Jornalistas (Journalists Memorial) do Newseum em Washington D.C, Estados Unidos.

O nome de Medina e de outros 13 jornalistas de todo o mundo que morreram em 2014 foram incluídos no monumento permanente no último dia 8 de junho. Ele é o único jornalista da América Latina reconhecido este ano.

Medina era correspondente regional do jornal ABC Color. Quando voltava de um trabalho no estado de Canindeyú, homens com roupas de camuflagem pararam o veículo do jornalista e atiraram várias vezes contra ele. Sua assistente de 19 anos também foi assassinada.

O irmão de Pablo, Salvador Medina, também jornalista, foi assassinado 13 anos antes na mesma região. Ambos cobriam o tráfico de drogas.

Previamente, o Estado havia designado proteção policial a Pablo em função das ameaças de morte que recebia, mas o benefício foi retirado em 2013.

Em 30 de março de 2015, as autoridades paraguaias entregaram um pedido formal ao Brasil pela extradição de Vilmar Acosta Marques, acusado de ser o autor intelectual do assassinato de Medina.

Em trabalhos jornalísticos, Medina havia vinculado Acosta Marques, ex-prefeito de Ypejhú, com o tráfico de drogas e homicídios.

As audiências avançam no Brasil para determinar a cidadania de Acosta Marques e decidir se ele pode ser extraditado.

Paraguai ocupa o sétimo lugar na lista de países mais mortíferos para os jornalistas em 2014, segundo o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ na sigla em inglês). A zona fronteiriça do país com Brasil, incluindo a área onde Medina foi assassinado, teve um aumento da violência nos últimos anos.

Citando relatórios do CPJ e de Repórteres Sem Fronteiras (RSF), o Newseum determinou que em todo o mundo “mais de 80 jornalistas morreram cobrindo notícias em 2014”. Os 14 jornalistas incluídos no monumento em 8 de junho “representam todos os jornalistas que morreram cobrindo notícias em 2014”.

Uma lista completa dos jornalistas assassinados em 2014 está disponível nas tendas digitais da galeria do monumento, de acordo com o Newseum, um museu e instituto dedicado à liberdade de expressão.

Como uma tradição dos últimos sete anos, o Newseum mostra as primeiras páginas dos jornais do mundo todo no museu e no seu site. No dia dedicado ao monumento, todas as páginas apareceram pretas “para conscientizar das ameaças enfrentadas pelos jornalistas todos os dias em todo o mundo”. Usuários do Twitter se uniram à campanha utilizando a hashtag #WithoutNews (sem notícias).

O monumento em Washington D.C. tem agora os nomes de 2.271 jornalistas, fotógrafos, locutores e executivos de notícias que morreram desde 1837, de acordo com o Newseum.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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