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Usuários do Twitter preenchem vazio informativo sobre violência no México, diz pesquisa

Um novo relatório da Microsoft Research destaca o papel dos usuários do Twitter no México na divulgação de informações sobre a violência do crime organizado, como alternativa à censura imposta pelos criminisos aos veículos de imprensa tradicionais.

O relatório Os Novos Correspondentes de Guerra traz levantamentos quantitativos e qualitativos sobre a popularidade de hashtags e tweets sobre tiroteios e fatos violentos em cidades afetadas pelo crimen organizado. Embora seja comum em outros países que os cidadãos recorrasm às redes sociais para divulgar informações sobre desastres naturais, ataques terroristas, protestos de civis e tiroteios, a pesquisa destaca que que a violência ligada ao narcotráfico faz parte da rotina dos mexicanos.

Os autores da pesquisa entrevistaram pessoas que dedicam até 15 horas por dia, sem receber nada por isso, à divulgações de notícias sobre o crime organizado em suas ciudades, segundo o Mashable. Para os pesquisadores, esses cidadãos estão preenchendo o vazio informativo deixado pelos veículos tradicionais.

"Como outros conflitos armados, a Guerra contra o Narcotráfico no México é também uma guerra pelo controle da informação", diz o relatório, que descreve como a imprensa mexicana está sujeita a ameaças e pressões extremas para não divulgar notícias de violência em suas comunidades. Atualmente, o México é um dos países mais perigosos do mundo para os jornalistas, segundo o Instituto Internacional de Imprensa (IPI).

O relatório também destaca que é necessário desenvolver estratégias e plataformas para verificar a informação sem revelar a identidade dos usuários de redes sociais. Em 2011, uma jornalista mexicana foi decapitada por fazer denúncias anônimas em um site e dois jovens que usavam as redes sociais para denunciar a violência foram assassinados em Nuevo Laredo, na fronteira com o estado americano do Texas.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog Jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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