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Violência ofusca outros problemas na imprensa mexicana, como censura e falta de regulação, diz estudo

Um novo estudo sobre liberdade de imprensa no México mostra que a crescente violência no país ofuscou discussões sobre censura, falta de treinamento e regulação, entre outros problemas enfrentados pelos jornalistas mexicanos.

O estudo, intitulado “O Jornalismo e o Direito à Liberdade de Expressão” (arquivo PDF), organizado pelo Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos no México (OHCHR), afirma que a violência enfrentada pelos veículos e pelos jornalistas, assassinados “quase que por qualquer coisa”, é apenas um dos problemas que afetam a imprensa.

“Embora a situação seja claramente alarmante, não se deveria, por isso, deixar de lado outros obstáculos que igualmente prejudicam a prática do jornalismo, como a falta ou o pouco acesso a treinamento especializado, a censura e as lacunas no difícil processo de auto-regulação", escreveu Javier Hernández, representante no Mëxico do OHCHR.

Na última década, 66 jornalistas foram assassinados no México, sendo dez só em 2010. Para mais detalhes sobre a violência enfrentada pelos profissionais de imprensa mexicanos, veja este mapa do Centro Knight.

Nesse contexto, o Centro Nacional de Comunicação Social (CENCOS) afirma que o governo do país ainda não deu uma resposta clara sobre a proteção dos profissionais e a investigação dos crimes contra jornalistas. Para o órgão, a cooperação entre o OHCHR e o governo para elaborar um protocolo de segurança para jornalistas e defensores dos direitos humanos e a criação de uma Promotoria Especial para Crimes contra Jornalistas foram passos importantes na luta contra essa violência. No entanto, o CENCOS argumenta que nenhuma das duas iniciativas apresentou resultados concretos.

O estudo do OHCHR foi organizado pelas jornalistas Sanjuana Martínez e Marcela Turati com a colaboração do diretor no México da ONG Article 19, Darío Ramírez, entre outras pessoas. No capítulo de sua autoria, Ramírez alerta para a censura indireta por meio da publicidade do governo, enquanto Sanjuana Martínez e Marcela Turati abordam os desafios enfrentados pelos jornalistas que cobrem o narcotráfico.

Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.

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