Jornalistas brasileiros viveram anos de violência, perseguição e exaustão sob o presidente Jair Bolsonaro, derrotado em sua tentativa de reeleição. Amplificado pela pandemia, o ambiente de pressão gerou avanços, mas também expôs contradições.
Diante da recente escalada dos ataques às liberdades de imprensa e expressão em Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras e Nicarágua, profissionais destes países se uniram para fundar a Rede Centro-Americana de Jornalistas. A guatemalteca Marielos Monzón, uma das fundadoras da Rede, falou à LatAm Journalism Review (LJR) sobre os objetivos e linhas de trabalho dessa iniciativa em defesa do jornalismo e do direito cidadão à informação.
A Venezuela tem sido submetida a um desmantelamento de seu ecossistema de mídia nas últimas décadas. Durante 2022, pelo menos 95 estações de rádio foram fechadas no país, sendo o estado de Zulia o mais afetado. Estes fechamentos estão prejudicando seriamente o direito dos cidadãos de saber e as condições para o exercício do jornalismo.
Carlos Dada e sua equipe do El Faro têm iluminado os cantos sombrios de seu país e da região desde a fundação do veículo — a primeira iniciativa de mídia exclusivamente digital na América Latina — junto com o empreendedor Jorge Simán em 1998. Por causa disso, eles provocaram a ira de um governo cada vez mais autoritário.
Nos últimos dois meses, pelo menos 12 jornalistas cubanos decidiram abandonar seus empregos ou deixar a profissão publicamente, como resultado do assédio que sofreram da Segurança do Estado cubano. As redes sociais têm sido o lugar onde os jornalistas geralmente tornam suas decisões públicas.
Assédio moral, censura, clima de medo por perseguição no trabalho, desvalorização e falta de diálogo. Dezesseis jornalistas da EBC (Empresa Brasileira de Comunicação) entregaram declarações por escrito descrevendo sit. uações humilhantes e constrangedoras no dia a dia da empresa a partir da chegada de Jair Bolsonaro à Presidência da República.
A prisão de José Rubén Zamora, jornalista, fundador e presidente do jornal elPeriódico de Guatemala, tem chamado a atenção internacional para a degradação da liberdade de imprensa e do direito à informação no país. Jornalistas ouvidos pela LatAm Journalism Review (LJR) afirmam que a prisão de um dos nomes mais conhecidos do jornalismo guatemalteco é um grave desdobramento da escalada de ataques contra a imprensa crítica ao governo do presidente Alejandro Giammattei.
O Centro Internacional de Jornalistas (ICFJ, na sigla em inglês) realizou o painel "Preso por informar: autoridades guatemaltecas atacam um jornalista de destaque" para discutir o caso do jornalista José Ruben Zamora, que em breve completará um mês de prisão. Participaram do painel Carmen Aristegui, Lucy Chay, Carlos Dada, José Zamora (filho) e Carlos Jornet.
Três meses após sua chegada à presidência, o controverso e belicoso Rodrigo Chaves tem alardeado aos costarriquenhos sua hostilidade em relação à imprensa. A esse respeito, mesmo o líder da "Suíça da América Central" não é uma exceção à regra centro-americana. Ao mesmo tempo, é irônico que a Costa Rica continue sendo um paraíso para os jornalistas exilados da Nicarágua de Daniel Ortega.
Consciente de que desinformação generalizada e ameaças à liberdade de imprensa representam ameaças à democracia, a Secretaria-Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) lançou o Centro de Integridade de Mídia das Américas, que pretende realizar seminários formativos e conferências e oferecer bolsas de incentivo à produção de investigações jornalísticas. John Feeley, diretor-executivo do novo Centro, falou à LatAm Journalism Review sobre a iniciativa.
Na análise da FLIP, o governo de Iván Duque, que termina em 7 de agosto, manteve uma estratégia binária de amigo-inimigo com a imprensa. Com aqueles considerados críticos, prevaleceram a desconfiança e o sigilo. Ele usou recursos humanos e econômicos para priorizar a comunicação institucional e impor sua narrativa. Ao fazer isso, contribuiu para a atmosfera de polarização e construiu um muro que afetou o acesso à informação.
Com um podcast, César Pérez Romero, filho de um dos diretores e proprietários do jornal El Universo do Equador, decidiu contar de uma perspectiva mais pessoal o que estava por trás do histórico caso do jornal contra o então presidente do país, Rafael Correa, em um dos momentos mais difíceis para a liberdade de expressão no Equador.