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Impacto devastador da pandemia para jornalistas: América Latina tem mais da metade das mortes

A pandemia de Covid-19 teve um impacto devastador no jornalismo, lamentou a Press Emblem Campaign (PEC) nesta Sexta-feira, em preparação ao Dia Internacional da Liberdade de Imprensa, em 3 de Maio. O custo humano da pandemia é singularmente alto: ao menos 1200 jornalistas morreram em decorrência do novo coronavírus.

Jornalistas praticam uma profissão particularmente exposta ao vírus – muitos foram forçados a continuar trabalhando em contato com a população. Em 14 meses, de Março de 2020 a 29 de Abril de 2021, a PEC contabilizou mais de 1200 jornalistas mortos por complicações relacionadas à Covid-19 em 75 países.

“Trata-se de um massacre sem precedentes e uma grande perda para a profissão”, disse o Secretário-Geral da PEC, Blaise Lempen. “Por ocasião do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, devemos honrar eminentes colegas de todas as idades que não sobreviveram à pandemia”, adicionou.

No Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, a PEC pede aos governos que ajam para ajudar os de mídia mais afetados e para amparar as famílias das vítimas.

A PEC também reconhece a necessidade de uma distribuição igualitária de vacinas pelo mundo, para impedir o alastramento do vírus e suas novas variantes em países em desenvolvimento. A produção de vacinas é limitada e está sendo quase completamente absorvida pelos países mais ricos, impedindo seu acesso a jornalistas no sul dos continentes Americano e Asiático. Enquanto esta situação perdurar, as mortes seguirão aumentando.

A taxa de jornalistas mortos acelerou ainda mais em Abril, com os óbitos de 125 profissionais em um mês, 4 por dia.

Desde Março de 2020, quatro países foram particularmente afetados, com mais de cem falecimentos em cada: Brasil, com mais de 183 mortes por Covid-19 no jornalismo, Peru (140), Índia (121) e México (106). Em março, morreu um jornalista por dia no Brasil.

A situação é notavelmente alarmante na Índia: nas últimas duas semanas, ao menos 50 jornalistas sucumbiram ao vírus, uma média de três por dia.

“A morte de dezenas de jornalistas indianos, muitos em plena atividade, é especialmente desoladora”, disse o Secretário-Geral da PEC.

Não obstante, há uma nota positiva neste relatório: a quantidade de mortes de jornalistas diminuiu vertiginosamente na Europa e na América do Norte, graças às medidas de proteção efetivas e ao avanço da vacinação.

Por região, a América Latina encabeça a lista com mais da metade das vítimas, 673 em 20 países. A Ásia vem depois com 254 em 18 países, seguida pela Europa com 175 em 19 países. A próxima é a África, com 56 óbitos em 16 países, à frente da América do Norte, com 47 em 2 países.

O número total de vítimas é certamente maior; frequentemente a causa da morte de jornalistas não é especificada ou as mortes não são publicadas.

Lista completa de vítimas

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