Na Bolívia, vários meios de comunicação e jornalistas consideraram necessário suspender seu trabalho diante do ambiente de insegurança que prevalece no país após três semanas de manifestações sociais.
Unidas não apenas por semelhanças geográficas e culturais, mas também pelo tipo de problemas que seus países enfrentam política, econômica e socialmente, sete organizações jornalísticas formaram a aliança Voces del Sur para sistematizar o monitoramento da liberdade de expressão em seus países.
A Associação Nacional de Jornalistas Bolivianos (ANPB, na sigla em espanhol) e a Associação de Jornalistas de La Paz (APLP, na sigla em espanhol) declararam “emergência nacional setorial” em rechaço a artigos do novo Código Penal do país que as entidades consideram que podem ser usados contra os profissionais em retaliação por seu trabalho.
Após se reunir com associações de veículos de imprensa e de jornalistas da Bolívia, as lideranças do Poder Legislativo do país decidiram excluir os profissionais da imprensa do controverso artigo 200 do novo Código Penal, que sanciona a má prática profissional.
A jornalista boliviana Yadira Peláez, que acusa Carlos Flores, ex-gerente da estatal Bolivia TV, de assédio sexual, está sendo processada por dano econômico à BTV em uma denúncia movida pela gerência do canal, segundo o El Deber.
Associações de veículos de imprensa e de jornalistas na Bolívia estão em alerta devido à proposta de reforma do Código do Sistema Penal que está em debate no Congresso do país. As entidades alegam que o artigo 200 do novo Código, que prevê sanções à má prática profissional, representa uma ameaça à liberdade de imprensa por dar brecha à criminalização de jornalistas no país.
A jornalista boliviana Yadira Peláez decidiu agir por conta própria ao sentir que a investigação sobre uma denúncia de assédio sexual que apresentou há sete meses estava sendo boicotada pelas autoridades.
O governo boliviano lançou “O Cartel da Mentira” (“El Cártel de la Mentira”), controverso documentário de 80 minutos que gerou profunda rejeição de associações de jornalistas, ativistas e da sociedade civil do país sul-americano. O documentário foi realizado por ordem do ministro da Presidência da Bolívia, Juan Ramón Quintana, e contém ataques contra a imprensa independente boliviana.
Um juiz boliviano arquivou o processo legal contra o jornalista Humberto Vacaflor por difamação. O processo havia sido iniciado pelo presidente do país, Evo Morales, que apresentou uma denúncia contra o jornalista.
Diversas associações jornalísticas da Bolívia se manifestaram contra a realização do documentário “O Cartel da Mentira”, cuja produção foi encomendada pelo Ministério da Presidência, a cargo de Juan Ramón Quintana.