Pelo menos 12 jornalistas foram agredidos fisicamente, roubados ou ameaçados de morte por grupos de bolsonaristas enquanto cobriam os atos terroristas perpetrados por apoiadores do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro no dia 8 de janeiro em Brasília. Milhares deles invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal perante a inação dos policiais presentes, que em mais de um caso também se recusaram a ajudar os jornalistas.
A pesquisadora brasileira Denise Becker, da Universidade Federal de Santa Catarina, defende a transparência como um valor chave para jornalistas e organizações jornalísticas enfrentarem a onda de descredibilização que afeta a imprensa. Vencedora do prêmio de melhor dissertação de 2022 da Associação Brasileira dos Pesquisadores em Jornalismo, Becker argumenta que a transparência contribui para reconstruir da confiança do público no jornalismo.
Usar imagens de satélite e georreferenciamento, rastrear redes de tráfico e cuidar minuciosamente da segurança do jornalista e das fontes são algumas das técnicas que os jornalistas Yvette Sierra, de Mongabay, Joseph Poliszuk, de Armando.Info, e o freelancer Hyury Potter aplicaram em suas investigações sobre a mineração ilegal na América Latina.
Desde 1º de novembro, apoiadores de Bolsonaro questionam os resultados das eleições bloqueando rodovias nacionais e interestaduais com caminhões e tratores. Jornalistas que cobrem os protestos têm sido agredidos e intimidados enquanto trabalham. A LatAm Journalism Review entrevistou dois jornalistas vítimas de intimidações. Eles nos contaram sobre suas experiências em campo.
A jornalista brasileira Fabiana Moraes tem se dedicado nos últimos anos à crítica da cobertura da política e da sociedade brasileiras. Ela conversou com a LatAm Journalism Review sobre seu novo livro, "A pauta é uma arma de combate", no qual propõe o jornalismo de subjetividade e fala sobre "como o jornalismo pode se opor a cenários de destruição de humanidades".
Jornalistas brasileiros viveram anos de violência, perseguição e exaustão sob o presidente Jair Bolsonaro, derrotado em sua tentativa de reeleição. Amplificado pela pandemia, o ambiente de pressão gerou avanços, mas também expôs contradições.
Durante a pandemia, jornalistas comunitários e médicos de clínicas locais alertaram que os números oficiais não refletiam a realidade do número de casos de Covid 19 nas favelas. O Labjaca, laboratório de jornalismo de dados e informação, nasceu na pandemia na favela do Jacarezinho, Rio de Janeiro, Brasil, para informar a população de lá.
Jornalistas, comunicadores e pesquisadores criam o COLO - Coletivo de Jornalismo Infantojuvenil para organizar e fortalecer o mercado de conteúdos noticiosos voltados para crianças e adolescentes no Brasil. Atuando em conjunto, grupo quer superar o preconceito em relação ao jornalismo infantojuvenil nas próprias redações e no mercado anunciante.
A sétima edição da Conferência Brasileira de Jornalismo de Dados e Métodos Digitais - Coda.Br, que acontece entre 31 de outubro e 6 de novembro, terá novamente um evento presencial em São Paulo, após dois anos de edições integralmente online por conta da pandemia de Covid-19. Mas a conferência também contemplará pessoas ao redor do mundo que queiram acompanhar paineis e workshops online, como uma celebração do legado do jornalista norte-americano Philip Meyer, que cunhou a expressão “jornalismo de precisão” para designar o trabalho com dados na profissão.
Além do podcast, o Projeto Querino conta com série de reportagens longas publicadas na revista piauí. Mais de 40 profissionais trabalharam por dois anos e oito meses na pesquisa e produção. Inspirado no Projeto 1619, do New York Times, o Querino traz um olhar afrocentrado para a história do Brasil para contribuir para o entendimento dos desafios políticos e sociais atuais do país.