texas-moody

El Surti, do Paraguai, pretende formar redes colaborativas para promover jornalismo gráfico na América Latina

O meio de comunicação paraguaio El Surti surgiu há cinco anos com ilustrações e reportagens diferentes e inovadoras que contavam as histórias das Américas, da mudança climática ao consumo de drogas e a COVID-19.

Banner for latinográficas

“Com os 5 anos de experiência de El Surti, identificamos que a narrativa visual é uma forma muito poderosa de mitigar a infodemia, aumentar o impacto do trabalho jornalístico e aprofundar a interação com novos públicos e a gestão da comunidade,” Alejandro Valdez Sanabria, cofundador e diretor do El Surtido , disse à LatAm Journalism Review (LJR). “São todos fatores que afetam diretamente a sustentabilidade de um meio de comunicação, um dos grandes desafios que a mídia independente enfrenta nesta era de economia de atenção e capitalismo de plataformas.”

Com este conhecimento e com o desejo de criar um espaço de “inovação e excelência no jornalismo visual através da colaboração”, o veículo lançou a segunda edição do programa Latinográficas.

Como parte da iniciativa, nove designers, ilustradores ou jornalistas serão escolhidos para participar e criar imagens para reportagens sobre a pandemia. Cada pessoa selecionada será vinculada a um meio de comunicação, incluindo Aos Fatos (Brasil), Salud con Lupa (Peru) e Distintas Latitudes. O Global Voices traduzirá algumas das publicações.

Os premiados também vão receber 11 sessões de treinamento de produção visual com a equipe do El Surti, workshops e palestras com especialistas em novas narrativas e outros meios visuais, acesso à comunidade online Latinográficas e uma bolsa de US$ 1.000.

Entre os palestrantes principais estão Eliezer Budasoff, editor de projetos especiais do El País América; Sara Hebe, cantora e compositora argentina; e Eleri Harris, que é americana, cartunista, jornalista e escritora do The Nib; entre outros.

As inscrições foram abertas em 28 de junho e seguem até 11 de julho. Uma sessão de perguntas e respostas para saber mais sobre o programa será realizada em 8 de julho.

A equipe do El Surti identificou a necessidade e a oportunidade de desenvolver o jornalismo gráfico na região por meio de sua participação no programa de aceleração Velocidad e do trabalho com consultores estratégicos e táticos, disse Valdez. Foi uma das dez startups selecionadas para receber investimento direto e consultoria por meio do programa e uma das seis escolhidas para avançar para a segunda fase do programa.

“O projeto nasceu do papel que El Surti vinha desempenhando nas diferentes redes e nos projetos de colaboração transnacional dos quais participamos, quando, além de fazer o trabalho jornalístico habitual, também contribuímos com peças gráficas para a divulgação dessas grandes reportagens”, Valdez disse. “Isso nos ajudou a entender o valor agregado do tipo de jornalismo que fazemos, e que essa habilidade também era muito requerida nas redações de imprensa independente da região, o que pudemos verificar por meio de vários pedidos de diretores e fundadores desses meios de comunicação que rotineiramente nos consultavam sobre como desenvolver mais jornalismo visual por conta própria.”

Durante a primeira edição do programa Latinográficas em 2020, os sete selecionados trabalharam em peças para combater a desinformação e enfrentar os desafios relacionados à COVID-19.

Entre os premiados estavam Loren Giordano, Diana Fernández, Shari Avendaño, Jean Bejarano, Johanna Osorio, Maria José Mesías e Natalia Ospina.

Além disso, Valdez disse que mais de 500 colegas de mais de 250 cidades da América Latina, Estados Unidos e Espanha participaram de workshops, webinars e palestras que fizeram parte da iniciativa.

“Eles trabalharam com três redes de jornalismo, e foram produzidas mais de 100 peças visuais que alcançaram quase um milhão de jovens nas redes sociais”, disse Valdez. “Além desses números, digo também que os bolsistas participantes conseguiram incorporar as metodologias e formatos trabalhados no programa nos veículos com os quais colaboram, como é o caso de Mutante (da Colômbia) e NoFicción (da Guatemala).”

Valdez disse que o objetivo é formar redes colaborativas para promover o jornalismo gráfico na região nos próximos anos.

Artigos Recentes