Por Giovana Sanchez
No ultimo dia do ano de 2015, o jornal brasileiro O Mossoroense imprimiu sua última edição em papel, e passa agora a oferecer somente conteúdo digital – em seu site e no aplicativo. Criado em 1872 na cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte, o jornal é o terceiro mais antigo do Brasil, segundo a Associação Nacional de Jornais.
Em uma nota de despedida do impresso, o diretor presidente Laíre Rosado contou que, quando o jornal foi criado, Mossoró tinha apenas 2.500 habitantes e que, durante sua trajetória de modernização, foi um dos primeiros jornais da região a informatizar a redação.
“Transformar o jornal de impresso a on-line é uma exigência dos tempos atuais. É claro que isso deixa um sentimento de saudade em todos que pertencem à família de O Mossoroense, mas o saudosismo precisa ser superado”, escreveu Rosado em sua coluna no dia 31 de dezembro.
O texto lembra ainda que houve um tempo em que o desafio do jornal era chegar aos municípios vizinhos, em entregas feitas de carro. “Hoje, a edição digital tem cerca de 80.000 (oitenta mil) acessos diários. O desafio é superar os 100.000 no menor espaço de tempo possível,” escreveu Rosado.
O jornalista Mário Magalhães analisa em um texto publicado no Observatorio da Imprensa a mudança do jornal: "A recessão que castiga o país deve ter contribuído para a extinção do formato impresso. Mas o fim é sobretudo produto da fadiga do dito modelo de negócios que permitiu a pujança das companhias jornalísticas no século 20."
Nota do editor: Essa história foi publicada originalmente no blog de jornalismo nas Américas do Centro Knight, o predecessor do LatAm Journalism Review.
